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Cinema, samba e rango

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Estive, há uma semana, em Juiz de Fora, conhecida no século XX como Manchester Mineira, por causa de suas indústrias têxteis e metalúrgicas. Lá, morei entre meus 15 e 28 anos (com um hiato de dois anos, quando residi em São Paulo e no Rio de Janeiro) e me formei em Jornalismo, após ter atuado por um período de 10 anos como contabilista. Me lembro bem especialmente de suas malharias, predominantes nas ruas São João e Marechal Deodoro (parte baixa), além, claro, de seus botecos, como o Bar Redentor, frequentado pela boemia jovem daquela época (entre eles, os “duros” como eu), cujas portas se fecharam em 1987, para que o sobrado que o abrigava, localizado na esquina da avenida Rio Branco com rua Espírito Santo, cedesse lugar a um prédio de 16 andares. Ah! Ainda andei, mesmo que seja por alguns meses, no bonde que ligava o centro da cidade ao bairro São Mateus.

Também me lembro bem de frequentar seus cinemas, que aos poucos foram fechando suas portas, como Excelsior, na Rio Branco, distante cerca de 200 metros da pensão de minha mãe adotiva; do São Luiz, na Praça da Estação; do Palace, do Central e do Festival (onde só se projetava os chamados filmes de arte), na rua Halfeld. Frequentava-os, no mínimo, três vezes por semana, por ser um entretenimento de baixo custo. Tinha ainda o Cine Rex, no bairro Mariano Procópio. Aos poucos, foram fechando suas portas. O Rex, em 1979; o Festival, em 1980; Excelsior, em 1994; São Luiz, em 2007, mas dizem que a partir de 1986 passou a exibir filmes pornográficos; e o Palace em 2017. O Cine-Theatro Central ainda funciona, mas não projeta mais filmes. Na última vez que estive na cidade, nele assisti a um show da sambista Roberta Sá. Pelo menos, os prédios dos três últimos foram tombados e ainda estão de pé.

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Também frequentei muito o Bar do Beco ou Bar do Mamão (autor de Tristeza Pé no Chão, gravada por Clara Nunes), ainda na Galeria Phintias Guimarães (antiga “ Galeria da Mineira”, porque nela funcionava a antiga Cia Mineira de Eletricidade), onde tinha samba todos os dias. Por falar nisso, não podia deixar de citar Ministrinho e seu grupo, que sempre nos brindava com sua música no Bar da Bebel, um pé-sujo da Avenida dos Andradas. Aliás, Ministrinho é hoje nome da Praça do bairro Jardim Glória, rodeada de botequins e onde, aos domingos, há sempre um samba rolando.

Frequentador assíduo do RU (Restaurante Universitário) da UFJF, quando o dinheiro dava, costumava degustar uma feijoada no Bar Futrica e um bife com fritas no Restaurante Belas Artes. Embora não seja nostálgico, mesmo que a saudade bata, fiquei feliz em saber que ambos ainda estão “firmes e fortes”. O Belas Artes foi fundado na década de 1920 (portanto se ainda não é centenário, está prestes a ser) e o Futrica em 1957. Só lhes posso desejar, a exemplo do Dr. Spock de Jornada nas Estrelas, “vida longa e próspera”. Axé!

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Jairo Pitolé Sant’Ana é jornalista

* A opinião do articulista não reflete necessariamente a opinião do PNB Online

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