A escalada de tensão entre os países no Oriente Médio pode ter reflexos em Mato Grosso, a mais de 12 mil km de distância do local dos conflitos. Os ataques mútuos entre Israel e Irã, e o anúncio por parte do Irã de que pretende fechar a passagem de navios petroleiros pelo Estreito de Ormuz, podem desencadear em uma alta global dos preços dos combustíveis.
As notícias que vêm daquela região têm sido acompanhadas com receio e apreensão pelo Sindipetróleo – Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis de Mato Grosso. A expectativa do setor é de que o conflito não perdure para que os reflexos sejam menores do que aqueles que já estão sendo sentidos pelo mercado global.
“De certa forma, o mundo todo acompanha essa expectativa. Embora os analistas indiquem que a possibilidade de fechamento do Estreito de Ormuz seja muito pequena — já que o próprio Irã depende dessa rota para exportar seu petróleo ao mercado asiático, seu principal consumidor —, o mercado reage com cautela. Desde o início da ação de Israel contra o Irã, já houve uma elevação de 11% no preço do petróleo, e isso, em algum momento, deve ser repassado aos preços internos no Brasil”, disse Nelson Soares, diretor-executivo do Sindipetróleo, ao PNB Online.
O Brasil tem reservas de petróleo e gás natural, mas o preço do barril atende às oscilações da demanda global. Com isso, há a possibilidade de que a escassez da matéria-prima no mundo faça com que os preços disparem.
“O setor varejista fica apreensivo, pois qualquer oscilação no mercado internacional impacta diretamente a formação de preços no país. Esse efeito ocorre inicialmente sobre os importadores, depois nas refinarias, chegando, por fim, às distribuidoras e aos postos”, frisou Soares. “A expectativa é que o conflito seja encerrado o quanto antes, permitindo o retorno à normalidade. Mas somente nos próximos dias será possível entender como será a reação do Irã, de Israel e dos Estados Unidos na busca por uma solução para esse cenário”, concluiu o diretor-executivo do Sindipetróleo.























