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CINZAS DA FLORESTA

Com obras feitas de cinzas do Pantanal, mostra cobra ação política no Congresso

Exposição leva arte de rua à Câmara dos Deputados para denunciar impactos dos incêndios e pressionar por lei de proteção ao bioma.

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Com obras feitas de cinzas do Pantanal, mostra cobra ação política no Congresso
Com obras feitas de cinzas do Pantanal, mostra cobra ação política no Congresso (Imagem: Divulgação)

A Câmara dos Deputados recebe no dia 15 de julho a exposição “Cinzas da Floresta – Bioma Pantanal: um chamado para a conservação das áreas úmidas à luz da COP30”, que reúne mais de 30 obras produzidas com tinta feita das cinzas dos incêndios que atingiram o Pantanal entre 2020 e 2024.

A mostra ocupa o Salão Nobre da Câmara a partir das 17h e permanece aberta ao público entre os dias 14 e 18, no Espaço Cultural Senador Ivandro Cunha Lima. A iniciativa é parte de um projeto criado em 2021 pelo artivista Mundano, que transforma resíduos de queimadas em pigmento para obras de arte como forma de denúncia da destruição ambiental.

Realizada em parceria com organizações como Environmental Justice Foundation (EJF), Documenta Pantanal, Instituto SOS Pantanal, WWF-Brasil, Wetlands International e Frente Parlamentar Ambientalista, a exposição usa a arte urbana para pressionar o Congresso a aprovar uma legislação específica de proteção ao Pantanal, prevista na Constituição desde 1988.

“O que queremos é sensibilizar os representantes do povo para a urgência de proteger o Pantanal e outros biomas brasileiros”, afirma Mundano. Participam da mostra artistas de diferentes regiões do país, como Mari Pavanelli, Carina Mello, Benson, Berg e Nels Armour.

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A diretora do Documenta Pantanal, Mônica Guimarães, defende que a arte pode ampliar o debate ambiental no país. “Quais sentimentos despertamos ao dizer que 17 milhões de vertebrados morreram nos incêndios de 2020? Certamente a indignação é um deles. Mas será que uma obra de arte pode provocar ação? Apostamos que sim.”

A pressão por uma legislação federal sobre o bioma aumentou em junho de 2024, após o Supremo Tribunal Federal reconhecer como inconstitucional a omissão do Congresso. A Corte fixou prazo até dezembro de 2025 para aprovação de uma lei de proteção ao Pantanal. Dois projetos de lei tramitam atualmente com esse objetivo: o PL 2334/2024 e o PL 5482/2022.

“As áreas úmidas ocupam apenas 6% do planeta, mas armazenam tanto carbono quanto todas as florestas do mundo”, destaca Luciana Leite, representante da EJF no Brasil. “Colocar o Pantanal no centro da COP30 é também falar sobre soluções baseadas na natureza e adaptação a eventos extremos.”

Estudos apontam que as turfeiras brasileiras concentram cerca de 39 bilhões de toneladas de carbono — o equivalente a 44 vezes as emissões da União Europeia em 2023. Quando degradadas, essas áreas passam a liberar CO₂ em larga escala. Em 2020, os incêndios no Pantanal emitiram mais de 115 milhões de toneladas do gás, superando as emissões da Bélgica naquele ano.

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Para Leonardo Gomes, diretor do Instituto SOS Pantanal, a exposição cumpre um papel de mobilização diante da emergência climática. “O Pantanal é a maior planície alagável de água doce do mundo. É preciso garantir sua preservação e atrair mais atenção e investimento para as áreas úmidas”, diz.

A abertura da mostra terá visita guiada e presença de autoridades do Legislativo e do Executivo.

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