
As vendas do comércio em Mato Grosso voltaram a crescer em 2025, consolidando a tendência de recuperação observada desde o início do ano. Segundo levantamento da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas (FCDL-MT), com base nos dados do IBGE, o varejo ampliado registrou alta de 3,5% entre janeiro e maio, na comparação com o mesmo período de 2024. No comércio varejista, o crescimento foi de 2,1%.
A retomada também aparece na comparação mensal: de abril para maio, as vendas subiram 0,7% no varejo ampliado e 0,4% no comércio varejista. O presidente da FCDL/MT, David Pintor, avalia que os próximos dados, relativos a junho, devem permitir um balanço mais preciso do primeiro semestre. Segundo ele, o desempenho atual já reflete a recuperação do setor agropecuário, que impulsiona a economia estadual após a quebra de safra do ano passado.
No setor de serviços, o avanço foi mais modesto, mas interrompe uma sequência de quedas: alta de 1,6% no acumulado do ano. Já a produção industrial teve queda de 1,7%, com recuo tanto no acumulado do ano quanto na variação mensal.
O setor agropecuário mantém projeções otimistas. De acordo com o Ministério da Agricultura, o Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) em Mato Grosso deve atingir R$ 217,7 bilhões em 2025, um crescimento de 19,2% em relação ao ano anterior.
Emprego formal e crédito
Entre janeiro e maio, 32.281 vagas formais foram criadas no estado, segundo dados do Caged. O setor de serviços liderou a geração de postos, com saldo de 13.993 vagas, seguido pela construção civil (8.118) e pelo comércio (3.158). Somente em maio, o saldo do comércio foi de 596 vagas.
No setor financeiro, o saldo de crédito a pessoas físicas alcançou R$ 166 bilhões em maio, segundo o Banco Central, com crescimento de 11,6% em relação ao mesmo mês de 2024. O crédito a empresas chegou a R$ 75,9 bilhões, com alta de 5,2%. A taxa de inadimplência está em 4,0% entre pessoas físicas e 3,9% entre jurídicas.
Exportações e inflação
O desempenho do setor externo mostra sinais de retração: as exportações somaram US$ 14,7 bilhões no 1º semestre, com queda de 8,6% em relação ao mesmo período de 2024. As importações também caíram, totalizando US$ 1,13 bilhão (-3,9%). Ainda assim, o saldo da balança comercial foi positivo, de US$ 13,6 bilhões.
A China permanece como principal destino das exportações, com 46% do valor total. Os Estados Unidos, afetados por novas tarifas sobre produtos brasileiros, representaram apenas 1,1%.
Já a inflação no Centro-Oeste acumulou alta de 5,2% nos últimos 12 meses, segundo o IPCA. Os itens que mais pressionaram os preços foram alimentação e bebidas (6,7%) e educação (6,2%). O IGP-M, índice que também considera preços no atacado, registrou alta de 4,39% no mesmo período.