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OPINIÃO

A boa política dispensa grosserias e inverdades

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Recentemente, uma primeira-dama de estado, um prefeito de capital e um locutor de rodeio expressaram, de forma pública, posicionamentos políticos sobre o governo do Brasil e a situação inédita que o país enfrenta com os EUA.

Desse modo, cada um ao seu estilo, se tornaram exemplos destes tempos em que tais posições se multiplicam na mídia, em conversas, espaços reservados e públicos e, principalmente, nas redes sociais, entre outros meios e ambientes de interlocução.

É fundamental que as pessoas, democraticamente, sejam elas autoridades ou não, tenham liberdade de formar e manifestar opiniões, além de firmar convicções.

Porém, quando posicionamentos são externados por atores públicos, como uma primeira-dama e um prefeito, esses devem ser equilibrados, verdadeiros e demonstrarem um pouquinho que seja de conhecimento político.

Dias atrás, a primeira-dama de MT, Virginia Mendes, ao comentar o tarifaço de Trump sobre a produção do Brasil, disse que o “presidente Lula, errou” ao provocar o presidente dos EUA, que, segundo avaliou, “é um mega presidente”.

E prosseguiu dizendo que “eles são uma força monstruosa. Nós dependemos dos Estados Unidos, nós somos pequenos por provocar quem é grande”.

Com foco no seu campo político, a direita, o prefeito de Cuiabá, Abílio Brunini, ao discursar no rodeio da 57ª Expoagro, reiterou que “o segredo do estado de MT ser tão próspero e fortalecido pelo agro é porque não tem nenhum prefeito do PT”.

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Pontuou que Cuiabá não tem vereador petista e reiterou que “aqui no nosso estado a esquerda não prospera”. Concluiu sua fala mandando um abraço para ‘o nosso presidente Bolsonaro’.

No patamar de cidadão-artista, o popular locutor de rodeio Cuiabano Lima, no mesmo ambiente da Expoagro, usou o microfone para expressar apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro e xingar a esquerda.

“Aqui é Bolsonaro, porra! E eu quero mandar, com todo respeito, um alô para a galera da esquerda: vá à puta que pariu”. Ele usou essa linguagem vulgar e imprópria num ambiente de entretenimento e perante grande público.

Nas circunstâncias acima, o que se notou foram posicionamentos políticos se sobrepondo aos fatos reais, situação em que a democracia e o respeito à sociedade em geral saem prejudicadas.

O cidadão-artista, ao utilizar uma linguagem chula e grosseira, desrespeita a plateia de MT que foi ao rodeio em busca de diversão e entretenimento.

Diferente do que pensa a brasileira Virginia Mendes, senadores democratas norte-americanos acusam o presidente Trump de “claro abuso de poder” e afirmam que ele está usando “a economia americana para interferir em favor de um amigo”, referindo-se ao ex-presidente Bolsonaro.

Eles enviaram uma carta ao republicano contestando as tarifas de 50% impostas às importações nacionais. É sobre isso! O conflito não partiu do Brasil, país que rejeita o ‘complexo de vira-lata’.

Quanto ao prefeito de Cuiabá, do mesmo partido (PL) do ex-presidente Bolsonaro, ele foi eleito com 53,80% dos votos. Seu adversário, do PT, ficou com 46,20%.  O índice de abstenção foi de 25,73%. A leitura dos números, portanto, não o autoriza a ser porta-voz dos eleitores da capital nem a vaticinar que em MT a esquerda não prospera.

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É preciso respeitar os cuiabanos que pensam diferente e evitar fazer do espaço público um palanque político, o que, aliás, o gestor cuiabano faz costumeiramente.

No caso do locutor do rodeio, o público que o ouviu se expressar sem o mínimo de educação pagou ingresso para visitar a Expoagro. Mesmo que fosse gratuita a entrada, não se justifica expor um público heterogêneo, formado por homens, mulheres, crianças e jovens, além de idosos, àquela situação constrangedora pela qual passaram.

Foram palavrões no lugar de argumentos, muito provavelmente porque o cidadão-artista tenha somente compreensão superficial de assuntos relevantes.

Posicionamento político é atitude.

Inclui a tomada de posição em relação a questões políticas e sociais, ponderando valores, crenças e preferências ideológicas.

Nesse sentido, autoridades políticas de diferentes níveis de poder devem, sim, se mostrar publicamente e defender seus pontos de vista. Porém, sem usar termos vagos, visões generalizadas, rótulos, entre outras formas de deturpar a realidade. Quanto ao locutor, usar palavrões foi chocante.

*Os textos das colunas e dos artigos são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do eh fonte.

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