Pesquisar
Close this search box.
CIÊNCIA

Pesquisador comemora avanço da neurociência nas pesquisas, mas alerta que os custos inviabilizam sua aplicação

Publicidade

O avanço da neurociência no oferecimento de técnicas que oferecerão mais credibilidade científica, às pesquisas com métodos “survey”( quantitativas) e “focus” (qualitativas) praticamente exige que se abra um debate na imprensa sobre a importância das pesquisas, não apenas para ajudar o consumidor e consequentemente as empresas para oferecerem produtos mais ao gosto da população, como também no que isso pode contribuir com o avanço nas pesquisas eleitorais. Não há como negar que são exatamente nos períodos, pré, durante e pós eleições que o debate sobre a eficiência e credibilidade das pesquisas ganha notoriedade. Nesse sentido, o PNB Online foi ouvir um dos mais vitoriosos pesquisadores de Mato Grosso, o jornalista Amauri Teixeira, que há mais de 23 anos atua como consultor de marketing político, estratégia e analista de pesquisas de opinião, tendo participado de campanhas eleitorais vitoriosas para governos estaduais, Senado e prefeituras em diversas regiões do país.

Amauri começa suas explicações assegurando que “as pesquisas de opinião pública são confiáveis desde que realizadas de maneira técnica e com a metodologia correta. Nos últimos anos a larga utilização de estudos qualitativos em campanhas eleitorais provocou uma série de distorções e incorreções na realização das pesquisas”.

Amauri não poupou críticas a candidatos que tentam viabilizar a sua candidatura a cargos majoritários, por meio de resultados produzidos, forjados, que contribuam para a falsa impressão do seu potencial eleitoral. “Isso serve para passar a impressão de sua força eleitoral, bem como para viabilizar apoios financeiros”. Esse tipo de tática, comenta Amauri, “parte da ideia de que o candidato que está na frente será o vitorioso na campanha eleitoral”. Amauri condenou essa produção de resultados falsos considerando um atentado contra os institutos sérios e um desserviço à opinião pública.

Amauri Teixeira detalhou que para a realização de uma pesquisa quantitativa exige-se um considerável número de profissionais com perfis diferenciados; estatístico, é quem define o perfil da amostra, que é a representação do universo pesquisado e sua representação. Cabe ao estatístico fazer o plano amostral, que deve incluir em princípio e para qualquer universo a ser pesquisado, um conjunto de variáveis, como gênero, idade, classe socioeconômica, renda e local de atuação. O estatístico é responsável por definir uma amostra que reflita o perfil do universo pesquisado.

Leia Também:  Dois casos de sarampo são confirmados em MT; SES intensifica vacinação preventiva

Além do estatístico, explica Amauri, “uma pesquisa necessita de entrevistadores, que são os profissionais de campo que farão as entrevistas com as pessoas, cujo perfil se adeque ao plano amostral. Essas entrevistas podem ser face a face, ou por telefone”.

Outro profissional necessário, segundo Amauri, é o analista de pesquisa, que pode ser um jornalista, sociólogo, psicólogo, ou cientista político, que é quem elabora os questionários, formulando as perguntas, de acordo com o objetivo da pesquisa.

As redes sociais utilizadas para pesquisas

Com o advento de redes sociais, muitos institutos especializaram-se em fazer a coleta de dados através do Facebook, Instagram ou e-mail. Para cumprir esse objetivo, os institutos de pesquisas tiveram que contratar programadores e direção de arte. Esses profissionais são responsáveis pela programação do envio e pela apresentação dos resultados.

Confiabilidade das pesquisas

No entender de Amauri Teixeira, técnico em pesquisa qualitativa, as pesquisas são confiáveis, desde que realizadas de maneira técnica e com a metodologia correta. As distorções que geralmente são enfatizadas pela imprensa, principalmente nas disputas eleitorais, são atribuídas às intenções equivocadas de candidatos que às vezes contratam resultados que lhes agradem, contribuindo para isso os charlatões e institutos sem credibilidade que aceitam negociar, mas estes o mercado expurga a cada pleito.

Pesquisas focus ou qualitativas

Ao abordar as pesquisas qualitativas, Amauri começa afirmando que existem outras técnicas de qualitativas que são as entrevistas em profundidade. Essas entrevistas, para serem realizadas, exigem o envolvimento de estatístico, pois será o responsável pela definição do perfil dos entrevistados que integrarão o grupo de discussão.

Além do estatístico são imprescindíveis: “os recrutadores, responsáveis pelo convite aos entrevistados que integrarão o grupo de debates, analista de pesquisas, que pode ser jornalista, psicólogo, cientista político ou sociólogo. Este o profissional que elabora o roteiro para as discussões”. Esse é o profissional que fará a análise e interpretação dos dados levantados no grupo.

Leia Também:  Sesc-MT está com vagas de emprego com salários de até R$ 6 mil 

Amauri destacou ainda a necessidade de um moderador, que é quem conduz a apresentação das questões e os debates no grupo, de modo a possibilitar que todos se expressem e seja possível obter uma imagem representativa da opinião do grupo.

As novidades trazidas pela neurociência

Amauri Teixeira trabalha com pesquisa de opinião pública há 25 anos, sendo consultor de marketing. Indagado se nesse período já trabalhou com as técnicas oferecidas pela neurociência, como fMRY (ressonância magnética), ou EEG – Eletroencefalograma, revelou que “teve oportunidade de estudar e acompanhar estudos com métodos de neurociência. Uma das empresas onde trabalhei por mais de 10 anos desenvolveu esse tipo de estudo. No caso específico de temas políticos e eleitorais, após a realização de uma série de pesquisas feitas com base na neurociência observou-se que os resultados eram similares aos obtidos com pesquisa de grupo focal. Dada a complexidade e ao custo dos estudos com neurociência, chegou-se, portanto, ao entendimento de que o investimento não se justificava. Cabe observar que o investimento em pesquisas eleitorais sofreu uma redução significativa, devido à retração do mercado e ao surgimento de empresas de menor qualificação”.

Além da atuação em Mato Grosso, Amauri foi diretor da MCI – Estratégia, consultoria criada pelo sociólogo Antônio Lavareda, em Brasília, entre 2000 e 2011, período em que integrou a equipe responsável pela coordenação, elaboração e análise dos dados da pesquisa CNI-Ibope. Também desenvolveu projetos de comunicação para governos e prefeituras, é bacharel em Jornalismo pela PUC-SP, com extensão em Administração de Marketing pela FGV, e atuou como repórter de política em veículos como Veja, Gazeta Mercantil, Folha de S. Paulo e O Globo.

Novas tecnologias que tragam agilidade aos estudos e impliquem na sua redução de custos são muito bem-vindas. No caso das técnicas de neurociência, esse avanço é fundamental para que se pense na sua utilização no mercado político-eleitoral.

COMENTE ABAIXO:

Compartilhe essa Notícia

Publicidade

Publicidade

Publicidade

NADA PESSOAL

Nada Pessoal com o Deputado Estadual Wilson Santos

Informe Publicitário

Informe Publicitário

Informe Publicitário

Informe Publicitário

Publicidade

NADA PESSOAL

Nada Pessoal com Valdinei Mauro de Souza