A Prefeitura de Cuiabá, comandada por Abilio Brunini (PL), prepara-se para reduzir o valor do adicional de insalubridade pago aos trabalhadores da Saúde. A informação está em uma Comunicação Interna (CI) da Gerência da Folha de Pagamentos, obtida com exclusividade pela reportagem do PNB Online.
O documento, de número 1082/GFP/CFP/DGP/SMS e datado de 1º de outubro de 2025, foi endereçado ao Gabinete da Secretaria Adjunta de Gestão. Nele, a gerência solicita orientação sobre a “eventual necessidade de comunicação prévia aos servidores” em razão da “alteração do método de pagamento” do adicional de insalubridade, com vigência a partir da folha de outubro.
A CI ressalta a “preocupação” com o “possível impacto financeiro” que a mudança trará aos servidores, sugerindo a emissão de um comunicado oficial para que “os trabalhadores se programem financeiramente diante da redução prevista”. A alteração, portanto, confirmaria a intenção da gestão Abilio Brunini em reduzir um direito assegurado, com reflexo direto na remuneração.
“A preocupação decorre do possível impacto financeiro que tal alteração poderá ocasionar na vida dos servidores, sendo prudente avaliar a conveniência de emitir comunicado por meio de CI Circular, de forma a possibilitar que os trabalhadores se programem financeiramente diante da redução prevista”, diz trecho do documento.
Após o assunto começar a circular entre os servidores, a Comunicação Interna foi excluída do sistema da Prefeitura, segundo apurou a reportagem.
Prazo apertado
De acordo com a CI, a folha de correção será enviada às unidades no dia 14 de outubro, e o fechamento da folha normal está marcado para 21 de outubro. O documento afirma que ainda “há tempo hábil” para um eventual comunicado, caso a Secretaria de Gestão assim decida.
Histórico de tentativas de cortes
Esta não é a primeira vez que a gestão Abilio Brunini tenta reduzir vencimentos de servidores. Em agosto deste ano, o PNB Online revelou que o prefeito enviou à Câmara Municipal um projeto que reduzia de 45 para 30 dias o período de férias dos professores — medida que cortaria drasticamente o valor do adicional de um terço de férias.
Na ocasião, a justificativa do prefeito foi a de “corrigir interpretações equivocadas” da lei. O projeto, de autoria do secretário municipal de Educação, Amauri Monge Fernandes, chegou a receber pareceres jurídico e parlamentar favoráveis, mas foi barrado após forte mobilização da categoria e repercussão negativa.
O que diz a Prefeitura
A reportagem tentou contato com a assessoria de imprensa da Prefeitura de Cuiabá, mas não obteve resposta.