O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União) mostra a cada dia a sua face de desprezo pelas pessoas mais simples. Um milionário da exploração do garimpo de ouro, Mendes diz que, se pudesse, daria chibatadas em presidiários e que as mulheres de Várzea Grande não precisam de delegacia da Mulher 24 horas, é só sair de casa e vir fazer queixa em Cuiabá. Com certeza, diante dessas declarações polêmicas, Mauro é candidato a levar chibatada dos eleitores nas urnas em 2026. Será a resposta da sociedade indignada contra a sua postura arrogante.
Estas declarações preconceituosas atestam o perfil truculento do governador na vida real, bem diferente dos sorrisos nos vídeos de propaganda das suas redes. Justifica plenamente a fama de ser um gestor sem alma. Por mais que essas declarações alegrem a extrema direita bolsonarista, o governador não poderia dizer que se pudesse daria chibatadas em presidiários. Reduz a estatura do cargo de governador a de um desprezível dono de escravos com a sua chibata na mão.
Gente que cumpre pena em presídio não é escravo e nem bicho. Acredita-se que o Poder Judiciário e o Ministério Público deverão reprovar publicamente estas declarações do governador. A conferir.
Mauro Mendes é pré-candidato a senador na eleição de 2026. Montado nas pesquisas que o colocam como favorito a uma das duas vagas, surfa na liderança achando que pode tudo contra todos. Assim, tomado pela soberba, não economiza declarações polêmicas, sempre contra quem pode menos e quem não tem direito de fala para fazer o devido contraponto.
Recentemente, o governador declarou que não vai criar uma Delegacia da Mulher 24 horas em Várzea Grande sob a justificativa de alto custo e da proximidade da cidade com Cuiabá. Segundo Mendes, “não é doloroso sair de Várzea Grande para ir a Cuiabá” em busca de atendimento. Atualmente, a Delegacia da Mulher em Várzea Grande funciona apenas em horário comercial, obrigando vítimas a se deslocarem até Cuiabá em ocorrências noturnas e nos fins de semana. O desprezo de Mendes repercutiu negativamente, mas ele parece não se incomodar com o que a sociedade pensa, achando-se acima de tudo e de todos.
Do Buraco da Memória: no início do ano, o governo lançou uma propaganda sobre o combate à atuação de facções criminosas revelando a tentativa da gestão do governador Mauro Mendes (União) de se esquivar da responsabilidade pelo crescente índice de violência que marca suas duas administrações. Desta vez, a “culpa” é dos pais.
Na peça publicitária, o Governo de Mato Grosso afirmou que jovens “escolheram entrar para o tráfico de drogas e foram condenados”. Em seguida mostra o caso de uma mãe que recebeu as fotos do filho morto – um adolescente executado por uma facção criminosa.
Outro caso usado como exemplo na propaganda foi o de uma adolescente assassinada após falar mal da droga vendida por uma facção. Na sequência, a peça publicitária exibia manchetes de menores assassinados porque, segundo o Governo de Mato Grosso, “escolheram entrar para o crime”.
Para encerrar, o Governo estadual dirige-se aos pais: “Entrou para o crime, cadeia ou morte. Não deixe seu filho entrar para o crime ou terá o mesmo fim”.
A propaganda carregava uma série de preconceitos e estereótipos, especialmente ao usar como exemplos apenas jovens – em sua maioria negros e moradores da periferia. A esses, o Governo de Mato Grosso atribui a responsabilidade aos pais, isentando-se completamente de executar políticas públicas efetivas. Um atestado de incompetência da Segurança Pública: as facções operam onde o Estado falha.
Escândalo dos Consignados: vale lembrar também que Mauro Mendes jogou a culpa do esquema dos consignados nos próprios servidores. A sua única preocupação foi tirar o governo da reta do escândalo, eximindo-se de qualquer responsabilidade. Certamente, os servidores públicos estarão, também, com a chibata do voto na mão para dar a resposta a Mendes em 2026.
