
No primeiro dia da COP30, em Belém (PA), artesãs do povo Karajá, de Mato Grosso, apresentaram ao público internacional o resultado de quase um mês de trabalho: mais de 400 abanos confeccionados com palha de babaçu. As peças integram a ação “Abanos do Clima”, lançada nesta segunda-feira (10) pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), que reúne produções de povos de todos os biomas brasileiros.
A iniciativa, realizada no Círculo dos Povos, dentro da Zona Verde da conferência, busca reforçar a importância das terras indígenas na conservação da biodiversidade e no enfrentamento da crise climática. “Foi gratificante ver nosso povo envolvido, as artesãs produzindo e ensinando os mais novos. Estamos mostrando na COP como podemos contribuir com a defesa das florestas, protegendo e produzindo os nossos artesanatos”, disse a artesã Karajá Tuinaki Koixaru, de Mato Grosso.
Ao todo, a Funai adquiriu 5 mil abanos, feitos com fibras vegetais e tinturas naturais, a R$ 99 cada, de povos como Kaingang, Tikuna, Yanomami e Boe-Bororo. A presidenta da fundação, Joenia Wapichana, destacou que a ação é “simbólica e concreta” ao demonstrar o papel dos povos indígenas na proteção da vida e do clima.
Os visitantes da COP30 que quiserem receber um dos abanos precisam assistir a um vídeo sobre temáticas indígenas no Espaço da Biodiversidade, também inaugurado pela Funai e pelo Ministério dos Povos Indígenas. O local reúne exposições e comercialização de produtos feitos por indígenas de diferentes regiões do país, destacando práticas sustentáveis e saberes tradicionais como alternativas à economia predatória.
COP30
A COP30 é um evento global que ocorre em Belém para discutir a ação climática, reunindo líderes mundiais e representantes da sociedade civil para debater a redução de emissões, adaptação às mudanças climáticas e financiamento para países em desenvolvimento.























