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PARTICIPAÇÃO DE MATO GROSSO

Mauro Mendes ataca indígenas, ONGs e estatísticas de desmatamento na COP30

Governador usa espaço de discussão da preservação ambiental para afirmar que ambientalistas “contratam índio e ONG para falar mal do Brasil”.

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(Foto: Lucas Rodrigues/Secom)

O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil), usou sua participação na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), em Belém (PA), para atacar indígenas, ONGs ambientalistas e dados oficiais do governo federal sobre desmatamento. Em entrevista à Jovem Pan nesta segunda-feira (10.11), momentos antes de sua fala oficial no pavilhão da Amazônia Legal, Mendes afirmou que interesses estrangeiros e entidades ambientalistas “contratam índio e ONG para falar mal do Brasil” e que o meio ambiente é usado “não para protegê-lo, mas para prejudicar o país”.

“Tem alguém fora do Brasil que não quer que a nossa logística melhore, e aí contrata ONG, contrata índio, contrata alguém para falar mal daquilo que o mundo inteiro faz. Mas no Brasil, se fizer, vai destruir o planeta. Isso tem que acabar”, disse o governador. Mendes criticou ainda o bloqueio judicial que impede o asfaltamento da BR-158, rodovia federal que corta terras indígenas no Araguaia. Segundo ele, ONGs teriam “convencido os índios” de que a obra traria prejuízos ambientais. “Ali morre gente, traz sofrimento. Nós precisamos criar infraestrutura que só traz qualidade de vida, inclusive para os índios”, declarou.

Durante a entrevista, o governador também rebateu dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) que indicam aumento de 25,06% no desmatamento em Mato Grosso em 2025, único estado da Amazônia Legal a registrar alta. Ele afirmou que houve “mudança de metodologia” e que as estatísticas misturam queimadas com desmatamento. “O produtor não quer queimar nada. Seria como dizer que o dono da loja botou fogo no estoque. Houve uma alteração do bioma com uma queimada que muitas vezes começa dentro de terra indígena”, afirmou.

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Segundo dados oficiais divulgados pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e pelo Ministério do Meio Ambiente, a área desmatada na Amazônia caiu 11,08% em 2025, chegando a 5.796 km², o menor índice dos últimos 11 anos. Oito dos nove estados da Amazônia Legal registraram queda, com destaque para Tocantins (-62,5%), Amapá (-48,1%) e Roraima (-37,4%). Mato Grosso foi a única exceção.

Mendes também defendeu que o Brasil e os estados amazônicos deveriam ser reconhecidos por manter grandes áreas preservadas. “Nós temos 60% do nosso território preservado. Ninguém do planeta tem isso. Os gringos falam mal da gente, mas a preservação deles é muito menor do que a nossa”, disse. Segundo o governador, o Brasil deveria ter “mais patriotismo” e “defender mais o país”, em vez de seguir o que chamou de “hipocrisia ambiental internacional”.

Em seu discurso oficial na COP30, Mendes manteve o tom. Cobrou o cumprimento das promessas feitas por países ricos de financiar ações de preservação e criticou o anúncio recente de R$ 5,5 bilhões em fundos climáticos. “Cadê os R$ 100 bilhões prometidos há mais de 30 anos? Precisamos ser respeitados como país do agronegócio, das florestas e da biodiversidade. Eles precisam pagar, e não com migalhas”, disse.

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“Entrave para o desenvolvimento”

O governador também apontou a demora na liberação de licenças ambientais como entrave ao desenvolvimento. Citou a espera de 15 anos pelo licenciamento do projeto de potássio no Amazonas e defendeu a construção da Ferrogrão, ferrovia que ligaria Sinop (MT) a Itaituba (PA), mas que enfrenta questionamentos por afetar terras indígenas e comunidades locais. “Enquanto os caminhões queimam diesel, a gente espera. Atentado é a mentira que eles contam há décadas”, afirmou.

O painel dos governadores da Amazônia Legal na COP30 contou também com a participação de Helder Barbalho (PA), Wilson Lima (AM), Carlos Brandão (MA) e Clécio Luís (AP).

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