A Secretaria Municipal de Saúde de Várzea Grande confirmou o primeiro caso de morte por intoxicação com metanol no município. A vítima é uma mulher, de 30 anos, que, segundo relato familiar, participou de uma confraternização no início de novembro quando ingeriu cerveja e uísque.
No dia 5 de novembro, a paciente apresentou mal-estar, com sintomas de náusea e vômito, sendo atendida em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do município. Após melhora do quadro clínico, recebeu alta médica. No entanto, no dia 7, voltou a apresentar piora significativa do estado de saúde, com queixa de dor intensa de cabeça e visão turva. Familiares acionaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que realizou o resgate e encaminhamento ao Pronto-Socorro, onde a paciente deu entrada já em óbito.
De acordo com a Prefeitura de Várzea Grande, o caso foi encaminhado para investigação no Laboratório Central de Saúde Pública de Mato Grosso (Lacen-MT), que confirmou o diagnóstico de intoxicação por metanol.
“A Secretaria Municipal de Saúde reforça a importância de adquirir bebidas alcoólicas em locais de referência e que estejam devidamente registradas, uma vez que a ingestão de metanol — substância tóxica e imprópria para consumo humano — pode causar graves lesões neurológicas, cegueira e morte”, frisou a Secretaria, por meio de nota.

Segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT) outros dois casos de intoxicação por metanol em Mato Grosso estão confirmados, ambos em Itanhangá. Com as novas confirmações, o Estado soma quatro casos registrados de intoxicação pela substância.
Os pacientes de Itanhangá são um rapaz de 26 anos e a sogra dele, de 42 anos, que consumiram uísque. Ele teve sintomas como vômito, náuseas, dor torácica, tontura e dificuldade para respirar, mas já recebeu alta. Já a outra paciente apresentou vômito, náuseas, fadiga, perda progressiva da visão e dificuldade de caminhar; ela continua internada em estado grave.
A primeira confirmação de Mato Grosso foi feita no dia 22 de outubro, envolvendo um paciente de 24 anos, do sexo masculino, morador de Várzea Grande, que apresentou lesão ocular irreversível, uma das complicações mais graves decorrentes da exposição.
Casos em investigação
Até esta quinta-feira (13.11), foram notificados dez casos suspeitos em Mato Grosso, sendo quatro deles confirmados laboratorialmente. Mais dois casos estão em investigação, em Água Boa (1) e Várzea Grande (1), e outros quatro já foram descartados.
Segundo a superintendente de Vigilância em Saúde da SES, Alessandra Moraes, a Secretaria recomenda que as pessoas não consumam bebidas alcoólicas dos lotes listados em comunicação de risco ou de procedência duvidosa; verifiquem rótulo, lote e data de fabricação; e denunciem locais que comercializem produtos suspeito pelos canais oficiais, como o Fale Cidadão – Ouvidoria do Estado de Mato Grosso.
“Em caso de sintomas como visão borrada, dor de cabeça intensa, náuseas, vômitos, dor abdominal ou tontura, o cidadão deve procurar imediatamente uma unidade de urgência [UPA ou pronto-socorro], pois o atendimento rápido pode ser determinante para evitar complicações graves”, informou a superintendente.
O metanol é utilizado na indústria como solvente, combustível ou componente de produtos de limpeza. Mesmo em pequenas quantidades, sua ingestão pode causar danos neurológicos, hepáticos e visuais severos, podendo evoluir para cegueira permanente ou óbito.






















