O negócio do ouro em Mato Grosso hoje está dominado pelas grandes empresas internacionais de mineração e pelos empresários-garimpeiros locais. São negócios, até prova em contrário, feitos dentro da lei. Só que a realidade insiste em mostrar um quadro criminoso: o aumento do comércio ilegal de ouro. Segundo apontou o G1 em 2020, 1/4 do ouro comercializado no país de forma ilegal é extraído em Mato Grosso.
Do volume total de ouro com indícios de ilegalidade da Amazônia, 26% são de Mato Grosso e 24%, do Pará. Ao todo, no país, 40% do total de ouro comercializado no país, informava a jornalista Caroline Mesquita, do G1 MT, em reportagem de 2020.
“De acordo com o estudo, é considerado ilegal quando o ouro é comercializado em terras Indígenas (TI) e Unidades de Conservação (UC), onde a mineração não é permitida; “títulos fantasmas”, onde não há indícios de extração ocorrendo, mostrando que podem estar sendo usados para a “lavagem de ouro”; títulos onde há indícios de que a extração ocorre para além dos limites geográficos autorizados; quando não há informação sobre os títulos de origem, que é obrigatória e, na sua ausência, torna a origem do ouro duvidosa ou quando o ouro é exportado, mas sem os registros correspondentes nos dados da produção oficial.
A pesquisa analisou mais de 40 mil registros de comercialização de ouro e imagens de extração entre 2015 e 2020”, destacou.
Sem reação dos órgãos estaduais e federais de controle e fiscalização, Mato Grosso avança para consolidar este triste título criminoso, além das agravantes questões ligadas à degradação ambiental; ao contrabando de mercúrio e à contaminação provocada pelo uso deste material.
A imagem global de Mato Grosso também vem sendo derretida por conta desta ganância sem freio. De campeão do agronegócio estamos consolidando o título de campeão da exploração ilegal de ouro. Isso em números de 2020: mais de 25% do ouro comercializado no país de forma ilegal é extraído em Mato Grosso, de acordo com esta pesquisa feita pelo Instituto Escolhas. Além disso, o estado possui áreas protegidas onde a extração de ouro e de outros minérios é proibida, mas que, de acordo com a pesquisa, são exploradas ilegalmente.



















