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ARTIGO

A valorização dos idosos e a aliança entre gerações

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A Sagrada Escritura reúne histórias como a de Zacarias e Isabel, nas quais é possível notar que o mundo não valorizava os idosos. Isabel e Zacarias se sentiam desonrados porque não eram capazes de gerar um filho. Mas o Senhor vê o idoso com outro olhar. Tanto que o casal de idosos da bíblia não só gerou João Batista, mas o educou na fé para ser aquele que veio preparar o caminho do Senhor.

É possível hoje encontrar histórias de sucesso em um universo de 1 bilhão e 100 milhões de idosos no mundo? É possível pinçar entre os 12 países com o maior número de pessoas com 60 anos ou mais, um vovô ou vovó admirados pelos netos e filhos, por serem simplesmente idosos que vivem como idosos? Sim!

Em nações como China, Índia, EUA, Japão, Rússia e Brasil, a realidade revela que o mundo atual tem como principal característica demográfica o envelhecimento populacional. Talvez por isso o saudoso Papa Francisco tenha nos alertado, de forma constante e insistente, sobre a necessidade de valorizar os idosos.

Em sua catequese do dia 20 de abril de 2022, o santo padre usou o tema “Honra o pai e a mãe: o amor pela vida vivida”, para chamar a atenção sobre os estímulos de um mundo que despreza os idosos. “Incentivar nos jovens, mesmo indiretamente, uma atitude de suficiência – e até de desprezo – em relação à velhice, suas fraquezas e sua precariedade, produz coisas horríveis. Abre caminho para excessos inimagináveis”, enfatizava Francisco. E completou: “As experiências de nossa fragilidade, diante das situações dramáticas e às vezes trágicas da vida, podem acontecer em qualquer momento da existência. No entanto, na velhice podem causar menos impressão e induzir uma espécie de vício, até mesmo de incômodo, nos outros”.

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Fica claro que, já nessa época, o Pontífice não só notava a falta de atenção com os idosos, como também sentia na própria pele os reflexos de quem não era mais um jovem à frente de uma igreja que sofria e sofre para levar o amor de Cristo às nações.

Sobre o respeito e cuidado da vida, lembrava que isso servia para qualquer pessoa. “As feridas mais graves da infância e da juventude causam um sentimento de injustiça e rebelião, uma força de reação e luta. Ao contrário, as feridas, mesmo graves, da velhice são inevitavelmente acompanhadas pelo sentimento de que a vida não se contradiz, porque já foi vivida”.

Lembro bem dos meus avós e o quanto eles foram importantes em minha infância e adolescência, pelo simples fato de serem aquilo que precisavam ser: pessoas resilientes com as limitações de sua saúde, carinhosas e atenciosas com seus netos. Ensinando de forma simples e verdadeira, os passos para sermos bons cristãos e honestos cidadãos, como ensina Dom Bosco.

A bula de proclamação do Jubileu Ordinário da Esperança, traz a seguinte descrição: “Sinais de esperança merecem-nos os idosos, que muitas vezes experimentam a solidão e o sentimento de abandono. Valorizar o tesouro que eles são, a sua experiência de vida, a sabedoria que trazem consigo e o contributo que podem dar, é um empenho da comunidade cristã e da sociedade civil, chamadas a trabalhar em conjunto em prol da aliança entre as gerações. Dirijo um pensamento particular aos avôs e às avós, que representam a transmissão da fé e da sabedoria de vida às gerações mais jovens. Sejam amparados pela gratidão dos filhos e pelo amor dos netos, que neles encontram as suas raízes, compreensão e estímulo”.

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O casal de idosos da sagrada escritura, Zacarias e Isabel, nos ensina de forma sutil que a vontade de Deus precisa prevalecer em nossas vidas. Zacarias estava servindo ao altar do Senhor, mesmo idoso e com sentimentos de frustração por achar que não seria pai. E sua fidelidade na vida de oração rendeu-lhe um dos mais belos encontros que um idoso, ou qualquer ser humano pode ter. Ele viu o anjo do Senhor e mesmo não acreditando na possibilidade do milagre da paternidade e maternidade acontecer, eles puderam tocar nessa graça, usando apenas a via da oração.

A Esperança de um idoso, um adulto, um jovem ou uma criança, deve ser a de viver a eternidade. Essa “esperança que não decepciona” (Rm 5,5) deve ser vivida com as limitações que chegam pelo o cansaço do passo mantido, com as cruzes que nos são confiadas, e, principalmente, com a certeza de que existe um céu e ele deve ser sempre a meta principal das gerações que decidiram fazer e viver uma aliança com Deus.

E, se o Senhor me conceder a graça, farei parte do grupo dos “sessentões” em poucos meses!

Deus abençoe!

Wallace Manhães de Andrade é jornalista e missionário da Comunidade Canção Nova.

Foto: Daniel Xavier

* A opinião do articulista não reflete necessariamente a opinião do PNB Online

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