Pesquisar
Close this search box.
CAPÃO DO NEGRO

Comunidade quilombola aguarda há 16 anos demarcação de terras no entorno do aeroporto de VG

Processo foi aberto em 2009, após a certificação da comunidade pela Fundação Cultural Palmares, mas permanece sem avanço.

Publicidade

Comunidade quilombola aguarda há 16 anos demarcação de terras no entorno do aeroporto de VG
Comunidade quilombola aguarda há 16 anos demarcação de terras no entorno do aeroporto de VG (Foto: Fernanda Fidelis / REM-MT)

O quilombo Capão do Negro Cristo Rei, em Várzea Grande, reivindica junto ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), há 16 anos, o reconhecimento de um território localizado no entorno do Aeroporto Internacional Marechal Rondon, o principal do estado. O processo foi aberto em 2009, após a certificação da comunidade pela Fundação Cultural Palmares, mas permanece sem avanço.

Um estudo publicado neste ano pela historiadora Geslaine Arruda Silva, orientado pela professora Loiva Canova, da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), aponta que a ausência de registros históricos oficiais compromete o reconhecimento do território negro.

Segundo a pesquisadora, a tradição oral e as narrativas dos moradores são as principais fontes para preservar a memória da comunidade. O quilombo urbano, que deu origem ao atual bairro Cristo Rei, sofreu com o apagamento de práticas culturais, como as festas de santos e a dança do congo.

Eliseu Xumxum, liderança quilombola e ex-presidente da associação local, conta que nasceu na área onde hoje está o aeroporto e que a expulsão definitiva ocorreu nos anos de 1970. “Primeira coisa que acabou foi a cultura. Ali nós tínhamos a dança do Congo, as festas de Santo. E aí acabou tudo”.

Leia Também:  Bombeiros combatem 17 incêndios florestais em Mato Grosso

Segundo ele, cerca de 105 famílias permanecem em regiões próximas, mas muitas se dispersaram após a formação do bairro Cristo Rei. Para Xumxum, uma eventual compensação poderia permitir a retomada de espaços comunitários. “Se desse um espaço para fazer um barraco, voltar a se reunir, já ajudaria”, disse ao PNB Online.

Procurado pela reportagem, o Incra informou que o processo de demarcação do Capão do Negro, iniciado em 2009, ainda não passou à fase de elaboração do Relatório Técnico de Identificação e Delimitação (RTID), considerada uma das etapas mais complexas da titulação. A autarquia ressaltou que, por determinação do Decreto nº 4.887/2003, cabe ao órgão federal conduzir o processo, mas não exclusivamente, já que estados e municípios também podem atuar.

Enquanto a disputa não avança, o Capão do Negro é um exemplo da lentidão na regularização de comunidades quilombolas em Mato Grosso. O estado possui 79 áreas reconhecidas, mas muitas permanecem sem título definitivo em diversos municípios do estado, como Nossa Senhora do Livramento em que as comunidades como Campina Verde, Barreiro, Jacaré de Cima, Cabeceiras do Santana e Mata Cavalo, que aguarda pela demarcação há décadas.

COMENTE ABAIXO:

Compartilhe essa Notícia

Publicidade

Publicidade

Publicidade

NADA PESSOAL

Nada Pessoal com o Deputado Estadual Wilson Santos

Informe Publicitário

Informe Publicitário

Informe Publicitário

Informe Publicitário

Publicidade

NADA PESSOAL

Nada Pessoal com Valdinei Mauro de Souza