O fundador da Cartos Sociedade de Crédito Direto, André Felipe de Oliveira Seixas Maia, foi preso na última terça-feira (18.11) durante a operação Compliance Zero, de acordo com informações do jornal Valor Econômico. A Cartos é uma das instituições financeiras denunciadas pelo Ministério Público de Mato Grosso por fraudes nos consignados.
A operação investiga fraudes no Banco Master envolvendo a venda de carteiras falsas para o Banco de Brasília (BRB). Daniel Vorcaro, controlador do Master, foi preso na noite de segunda-feira (17). Em publicação recente, o PNB Online mostrou que o Banco Master, também alvo da Operação Compliance Zero, recebeu R$ 37 milhões do Governo de Mato Grosso via créditos consignados.
A fintech Cartos responde, desde outubro, a uma ação civil pública na Justiça do Estado de Mato Grosso. O processo tramita em segredo de Justiça na Vara Especializada em Ações Coletivas da Capital. A Cartos também é alvo de denúncias realizadas pelo Sindicato dos Profissionais da Área Instrumental do Governo (Sinpaig) através do escritório AFG Taques, que aponta fraudes na concessão de crédito consignado.
No caso do Master, de acordo com informações disponíveis no pedido de busca e apreensão, a Cartos originou as operações de crédito consignado em que há indícios de fraude cedidas ao BRB, segundo o jornal Valor Econômico.
De acordo com a apuração do site UOL, o Banco Master comprou e revendeu ao BRB R$ 12,2 bilhões em direitos de recebimento de dívidas da Tirreno, empresa criada em novembro do ano passado e dirigida por André Felipe de Oliveira Seixas Maia, um ex-funcionário do Master. O Master teria adquirido os crédito da Tirreno “sem realizar qualquer pagamento” e ainda assim os revendeu ao BRB. A suspeita do Ministério Público Federal é que o Master não pagou a Tirreno por falta de “comprovação da existência dos créditos adquiridos”. Mesmo assim, o BRB pagou de imediato ao Master.
A Polícia Federal investiga se a Tirreno serviu de empresa de fachada da Cartos Sociedade de Crédito Direto. “A TIRRENO serviu como blindagem para atuação criminosa da Sociedade de Crédito Direto CARTOS, a verdadeira originadora dos créditos cedidos ao Banco Master para alcançar os recursos do BRB”, diz a ação. “Ela detinha o controle, ou mesmo, possuía controle comum, direto ou indireto, e a titularidade de participação societária”.
“Nós estamos avisando faz tempo, mas o governo demorou para resolver o problema. Agora está aí em todos os jornais, a Cartos era uma laranja da Master, isso a Polícia Federal vai investigar, aliás, logo a Polícia Federal vai acordar muita gente aqui em Cuiabá, aqui em Mato Grosso”, afirmou o advogado Pedro Taques, do AFG Taques.
Outro lado
Por meio de nota, a assessoria de imprensa da Cartos afirmou que está colaborando com as investigações e declarou que não tem qualquer operação com o banco Master.
Nota de Esclarecimento
A Cartos informa que, em razão dos acontecimentos registrados na manhã desta terça-feira (18 de novembro), permanece integralmente à disposição das autoridades competentes, colaborando com todas as solicitações e prestando quaisquer esclarecimentos que se façam necessários.
Esclarece, ainda, que não mantém qualquer operação com o banco Master.
Embora a Cartos conste entre as instituições mencionadas no procedimento, é importante esclarecer que a empresa não é alvo da investigação, tampouco há qualquer imputação de irregularidade e reafirma seu compromisso com a transparência, a conformidade regulatória e a atuação ética e responsável em todas as suas atividades.
Mantemos todas as nossas atividades dentro dos mais rigorosos critérios de compliance e seguindo todas as regulamentações do Banco Central.
