No episódio desta segunda-feira (26.05), o podcast de construção científica Arte, Cinema e Luz Natural traz o diálogo entre a iluminadora e pesquisadora Priscila Freitas, estudante do programa de Pós-Graduação em Estudos de Cultura Contemporânea (PPGECCO) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e Rafael de Carvalho, publicitário, diretor e diretor de cena, além de sócio-proprietário da Molêra Filmes. Todos os episódios estão disponíveis no canal do Youtube do PNB Online.
Neste episódio, o podcast trata os desafios e as particularidades da luz natural no cinema, especialmente nos biomas de Mato Grosso. Rafael compartilha sua experiência como diretor e fala sobre a importância do sol na composição estética das filmagens e as estratégias para lidar com a intensidade luminosa característica da região.
O diretor destacou que o sol forte e a pino, típico do estado, exige um planejamento mais rigoroso no audiovisual. “Temos uma janela de apenas quatro horas por dia para gravar cenas com a luz ideal: no início da manhã e no final da tarde”, explicou. Ele também mencionou a dificuldade de lidar com mudanças bruscas de clima, como nuvens que surgem no meio de uma tomada e exigem ajustes rápidos na iluminação.
Apesar dos desafios impostos pelo sol em Mato Grosso, Rafael destacou que não existe uma luz “ruim” no cinema, mas sim uma luz adequada à narrativa que se deseja construir. Segundo ele, o sol tende a ser um aliado na construção estética, desde que esteja alinhado com o que se quer narrar.
“Se você quer mostrar a travessia de bois no Pantanal, por exemplo, o sol baixo no final da tarde, contra a cena, dá um efeito incrível. Já se o objetivo é registrar uma planície alagada ou vitórias-régias, talvez o sol a pino funcione melhor para dar volume à imagem”, exemplificou.
Para o diretor, o planejamento da luz é uma etapa criativa e estratégica do processo audiovisual. “Depende do que você quer contar. A luz vai te ajudar a dizer isso. Seja em uma paisagem, seja numa cena urbana, o que importa é a intenção narrativa. Se quero mostrar o calor de Cuiabá, por exemplo, é claro que vou buscar uma luz intensa, contrastada”, resumiu.
Confira abaixo o episódio completo e conheça mais sobre a pesquisa da doutoranda Priscila Freitas:























