
A trajetória de 60 mulheres indígenas que lideram ações de proteção territorial e valorização cultural em Mato Grosso será retratada no documentário Thutalinãnsu, com lançamento oficial no próximo dia 20, às 19h, na Casa Maraká da Mídia Indígena, durante a Conferência do Clima (COP), em Belém (PA).
O filme, de 20 minutos, registra a história da Associação Thutalinãnsu, criada em 2018 e composta por mulheres dos povos Terena, Paresi, Manoki e Nambikwara que vivem na Terra Indígena Tirecatinga, região de transição entre o Cerrado e a Amazônia. A organização é referência local em projetos de soberania alimentar, geração de renda e defesa do território.
Com direção da jornalista e cineasta Helena Corezomaé e produção de Suyani Terena, também vice-presidente da associação —, o documentário mostra o protagonismo feminino diante de desafios como os impactos das mudanças climáticas e as pressões sobre o território.
Suyani afirma que o audiovisual é uma forma de revelar a complexidade e a sensibilidade envolvidas no trabalho das mulheres indígenas. Segundo ela, o filme evidencia “a capacidade e a potencialidade que as mulheres trazem, além da seriedade e do compromisso que têm. Uma organização de mulheres indígenas é diferente, porque elas têm um olhar mais delicado”, diz.
Helena destaca que o filme traz histórias de transformação que partem de pequenas conquistas, como a compra de uma máquina de costura ou a retomada do cultivo de alimentos tradicionais, como a araruta, e se expandem para a coletividade. “Essas narrativas nem sempre são contadas, mas precisam ser compartilhadas. Elas representam o reconhecimento da sabedoria indígena e do trabalho de base dessas mulheres”, afirma.
O lançamento será seguido de um debate com as cineastas Helena Corezomaé, Suyani Terena e mediação de Jessica Yiskah, do povo Sateré-Mawé. Antes disso, uma exibição especial será feita no dia 19, às 20h, na Central da COP.
O filme é uma realização da Associação Thutalinãnsu, em parceria com a Operação Amazônia Nativa (Opan) e a Rede Katahirine, com apoio da Rede Juruena Vivo e do Instituto Catitu.






















