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CULTURA

Documentário preserva a memória e a tradição do Congo em Mato Grosso

Aprovado no edital da Secel, edição Paulo Gustavo, a produção conta a história pouco conhecida do mestre da cultura popular, Toty, referência cultural no Congo e da religiosidade afro-brasileira no Estado.

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As gravações do documentário “Terreiro Ancestral de Toty, o Rei do Congo” foram finalizadas. Aprovado no edital Fomento Audiovisual – Documentário Temático, edição Lei Paulo Gustavo da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer de Mato Grosso (Secel), a produção conta a história pouco conhecida do mestre da cultura popular, Toty, referência cultural no Congo e da religiosidade afro-brasileira em Mato Grosso.

“O Congo do Livramento acaba não sendo tão reconhecido quanto deveria. Só que ele é de extrema relevância para a história e para a cultura local, tendo em vista se tratar de uma manifestação secular, que marca as origens a partir da matriz afro-brasileira”, explica, Claudio Dias, proponente do projeto e diretor do documentário.

A relação de Toty com o Congo começou bem cedo. Em 1974, com apenas 6 anos, ele pediu à sua tia para aprender a dança, que mistura tradições africanas com o catolicismo. Naquele dia, o menino não dormiu, ansioso com o momento. Essa relação de euforia perdura até os dias de hoje, afinal de contas, o mestre é responsável pela criação do Congo Mirim, uma iniciativa visionária que deposita nas crianças não apenas o futuro, mas também o passado ancestral de uma cultura que insiste em resistir e re-existir.

A dança do Congo é uma manifestação cultural afro-brasileira, que ocorre em Mato Grosso em dois municípios: Nossa Senhora do Livramento e em Vila Bela da Santíssima Trindade. Ela mistura música e drama para celebrar a fé, em especial a São Benedito, e é usada para contar a história da resistência negra e africana.

Para Toty, é uma conquista ter sua história registrada. “É a sensação de ter o trabalho, que levou décadas, ser reconhecido. Eu sempre digo que aprender a dançar o Congo qualquer um pode aprender. Mas ser dançante do Congo, espalhar a cultura e levá-la para onde ela deve ir, é uma responsabilidade maior”, ressalta.

Apesar de ser natural de Várzea Grande e atualmente morar em Cuiabá, foi em Mata Cavalo, comunidade quilombola localizada em Nossa Senhora do Livramento (40 km de Cuiabá), que o dançarino mantém suas raízes. Em 1980, o então garoto mudou-se com sua família para o município, onde o reconheceu como lar.

A narrativa do documentário foi construída com o objetivo de inserir, em primeiro plano, a trajetória do seu personagem principal, conhecido popularmente como o Rei do Congo. A partir da costura com outros personagens, o filme envolve o espectador em uma linha narrativa não linear, abordando diferentes aspectos da vida de Toty, ressaltando seu trabalho enquanto mestre da cultura popular, como articulador que promove o fluxo de saberes e, por fim, como um guardião de memórias e da ancestralidade em seu território cultural.

A equipe diretamente envolvida apresenta um vínculo, tanto com o personagem principal como também com a comunidade de Mata Cavalo e de Nossa Senhora do Livramento. Essa experiência se fortaleceu na produção do filme “Giramundá: O Congo e a Diáspora”, que foi dirigido por Cláudio Dias e Gilson Costta. O documentário teve grande repercussão, contribuindo para a valorização do Congo de Livramento e também participou de diferentes festivais pelo país, sendo prem iado com menção honrosa na Mostra Internacional de Cinema Negro, em São Paulo.

A produção da obra iniciou em fevereiro deste ano. As gravações ocorreram na parte urbana de Nossa Senhora do Livramento, no quilombo de Mata Cavalo e em Cuiabá, onde está localizada a residência e o terreiro de umbanda do dançarino.

Com duração de cerca de 25 minutos, o audiovisual deve ser finalizado em janeiro de 2026. No momento, ele se encontra em fase de edição final.

O “Terreiro Ancestral de Toty, o Rei do Congo” é mais do que um simples relato; é a preservação da memória da cultura popular de matriz afro-brasileira em Mato Grosso. Além de ser um ato de resistência.

Confira a sinopse:

Toty é um mestre da cultura popular, portador do saber ancestral da africanidade do quilombo de Mata Cavalo e da religiosidade do terreiro de umbanda. Sua ancestralidade se tece entre os sons dos tambores e os passos cadenciados do teatro-ritual presente na prática da Dança do Congo, em Nossa Senhora do Livramento-MT . Por não se resignar Tote constrói e reconstrói o Congo através do ensino oralizado criando o congo mirim pois sabe que é nas crianças que está o futuro do passado ancestral da sua cultura. Este documentário de curta-metragem mergulha na vida desse mestre singular da cultura popular, um guardião do saber ancestral que floresce no quilombo de Mata Cavalo e ecoa nas cerimônias do terreiro de umbanda.

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