O 1º Festival de Dança Siriri reuniu quatro grupos tradicionais e cerca de 100 participantes, entre dançarinos, músicos e equipes de produção, no sábado (13), em Chapada dos Guimarães (MT). Com programação gratuita, o evento combinou oficinas, ensaios coletivos, roda de conversa e apresentações abertas ao público, em espaços educativos e na praça central da cidade.
Participaram do festival o Patucha – Grupo Folclórico de Siriri, fundado em 2000 em Chapada dos Guimarães; o Águas do Cachuá, criado em 2022 na comunidade João Carro; o Buriti do Cerrado, de Cuiabá, fundado em 2016; e o Flor do Cambambi, criado em 1967 na comunidade Água Fria, distrito do município.
As atividades ocorreram durante o dia no Centro Municipal de Educação Infantil Magia do Saber “Anita Goulart”, com foco na formação e no intercâmbio entre os grupos, e à noite na Praça Dom Wunibaldo, com apresentações públicas. A proposta integrou prática artística, troca de experiências e debate sobre os desafios enfrentados pelos grupos de siriri.
Curador do festival, o artista e pesquisador Fernando Pael afirmou que a realização do evento fora da capital contribui para ampliar o acesso dos grupos às programações culturais e para descentralizar as políticas públicas no estado.
Segundo ele, levar o festival ao interior cria oportunidades para grupos novos e para aqueles que ainda buscam se consolidar no cenário cultural, além de fortalecer o sentimento de pertencimento e estimular a continuidade da iniciativa.
Um dos eixos centrais da programação foi a roda de conversa com profissionais da cultura popular, que reuniu integrantes dos grupos para discutir temas como sustentabilidade das atividades, organização interna, acesso a políticas públicas e reconhecimento institucional. O encontro resultou na elaboração coletiva de uma carta-compromisso, voltada ao diálogo com o poder público e a sociedade civil.
Pael destacou que esses momentos de escuta e reflexão fazem parte do processo formativo. Para ele, a troca entre os grupos contribui para o fortalecimento da cultura popular como trabalho, geração de renda e possibilidade de profissionalização.
Dados do IBGE mostram que o setor cultural emprega cerca de 5,9 milhões de pessoas no Brasil, reforçando o papel da cultura na economia criativa. Iniciativas locais, como o Festival de Dança Siriri, evidenciam como esse impacto também se manifesta nos territórios, articulando tradição, formação e turismo cultural.
O 1º Festival de Dança Siriri é uma realização do Grupo Folclórico Patucha, da Assembleia Legislativa de Mato Grosso e do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel-MT). O evento contou com apoio do deputado estadual Lúdio Cabral, do Mosaico Cultural – Associação de Artes Integradas, da Prefeitura de Chapada dos Guimarães, da HM Produção Cultural e da Associação Florescer Inspira.
