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RIOS E TERRAS INDÍGENAS

Garimpos ameaçam mananciais de águas em Mato Grosso

A TI Sararé ocupou em 2023, o segundo lugar no ranking de alertas de garimpo dentre todas as TIs do Brasil, ficando apenas atrás da TI Kayapó, que contabilizou 1.351 alertas, seguida pelas TIs Yanomami e Munduruku.

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A rica biodiversidade das bacias hidrográficas em Mato Grosso sofre com o envenenamento por mercúrio proveniente da mineração ilegal de ouro. Essa substância altamente tóxica entra nos cursos d’água e se acumula em rios, peixes plantas e plantações impactando toda cadeia alimentar de várias regiões do Estado.

Nesta sexta-feira (22.03), por exemplo, Dia Mundial da Água, a Secretaria de Meio Ambiente de Mato Grosso (Sema-MT) e a Polícia Federal finalizaram a Operação Flumen, para combater a extração ilegal de ouro em Peixoto de Azevedo (674 km de Cuiabá).

A ação resultou na inutilização de oito balsas utilizadas para extração de minério de ouro, mediante o uso de explosivos. As investigações, iniciadas em 2023 a partir de uma denúncia anônima, revelaram atividades de mineração ilegal ao longo do Rio Peixoto, entre a Ponte/BR-163 e a balsa que conecta os municípios de Nova Guarita e Novo Mundo.

A exploração de garimpos ilegais às margens do Rio Peixoto ocorre há anos. Em 2021, conforme fiscalização realizada pelo Ministério Público Estadual (MPE) apontou que a atividade causou a poluição da água.

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Outro dado que serve como alerta para a situação é de que nos últimos 35 anos o garimpo em terras indígenas na Amazônia Legal aumentou 1.217%. O estudo foi divulgado no ano passado por pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e da Universidade do Sul do Alabama, dos Estados Unidos.

A TI Sararé, localizada nos municípios de Conquista D’Oeste, Nova Lacerda e Via Bela da Santíssima Trindade, ocupada tradicionalmente pelo povo Nambikwara, é exemplo do avanço desenfreado dos garimpos ilegais.

Em 2023 houve expressivo aumento de alertas de garimpo no território. De acordo com a plataforma +Brasil, do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), entre janeiro e setembro a TI Sararé registrou 1.104 alertas, o que corresponde a 4,79 km² de área destruída. No mesmo período de 2022 foram registrados 150 alertas, aumento de 636%.

Segundo o Ibama, esse aumento pode ser explicado pela intensificação da atuação do instituto nas demais áreas de garimpo, como na TI Yanomami e região do Tapajós, forçando a migração da atividade garimpeira para áreas que estavam fora do foco da fiscalização.

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A TI Sararé ocupou em 2023, o segundo lugar no ranking de alertas de garimpo dentre todas as TIs do Brasil, ficando apenas atrás da TI Kayapó, que contabilizou 1.351 alertas, seguida pelas TIs Yanomami e Munduruku.

Mercúrio, contaminação e saúde

Em entrevista para o InVivo do Museu da Vida Fiocruz, a pesquisadora da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz), doutora Ana Claudia Santiago de Vasconcellos fala sobre os altos níveis de mercúrio encontrados nas populações indígenas, como fruto do consumo de pescado contaminado.

“Qualquer organismo que viva no rio, em uma região próxima à área de garimpo, vai estar contaminado com mercúrio. E, quando as pessoas comem esse pescado contaminado, elas se contaminam com uma forma orgânica do mercúrio, que é formada no fundo do rio (metilmercúrio)”, explica ao Invivo a Dra. Ana Claudia Santiago de Vasconcellos.

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