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FACÇÕES E MILÍCIAS

Governo Lula, dividido pela crise na segurança, teme 2026

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A matança promovida pelo governo do Rio de Janeiro numa operação policial contra o Comando Vermelho expõe o problema complexo da segurança pública que não pode ser resolvido apenas pelo confronto direto nas comunidades tomadas pelas facções e milícias. Os homens mortos serão repostos rapidamente pelo crime organizado. O que não falta é contingente para o crime organizado. Sem operação de inteligência para matar o poder financeiro das facções e milícias e ações complementares de presença do Estado nas áreas tomadas, a operação matança ganha a mídia, ganha apoio popular, mas não ganha a guerra contra a criminalidade.

Foto: Betinho Casas Novas/TV Globo


Até os morros cariocas sabe
m: a direita e a extrema direita bolsonarista vão colocar este tema na pauta da eleição de 2026. Como a esquerda lida com essa questão? Como o governo do presidente Lula vai trabalhar de agora até a eleição? A esquerda tem uma dificuldade em compreender a questão da segurança como problema social & problema criminal. Não é uma coisa e outra, são ambas. Faz falta a presença da vereadora pelo Rio de Janeiro, Marielle Franco, assassinada em 2018 a mando de líderes da milícia. Marielle tinha a exata compreensão de que uma comunidade sufocada pela presença do tráfico e da milícia é a maior vítima da falta de segurança. Ela cobrava a responsabilidade das forças policiais para agir dentro da lei, em um diálogo constante e firme com os comandos da PM.

No momento, o governo Lula está num bate-cabeça sobre como reagir à crise desencadeada pela matança promovida pelo governo do Rio de Janeiro. Segundo o site Metrópolis, integrantes do governo Lula estão divididos sobre o plano do ministro da Comunicação, Sidônio Palmeira, para reagir à operação contra o Comando Vermelho no Rio de Janeiro.

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Durante reunião com o presidente Lula na última terça-feira (04.11), o ministro Sidônio apresentou ao presidente e a outros integrantes do governo o projeto “Aliança Contra o Crime pela Paz”.

Conforme revelado pela colunista Mônica Bergamo e confirmado pelo site Metrópoles, o plano prevê um conjunto de ações e conceitos que poderiam reposicionar o governo Lula no tema. A ideia do projeto seria explorar ações concretas do governo para apreensão de drogas, construção de centros integrados de segurança e investigações contra organizações criminosas.

Pelo que se sabe até o momento, não há nenhuma palavra sobre o que é necessário para além da segurança pública eficiente, para o que precisa ser feito em paralelo aocombate à criminalidade. O que deve ser feito para reverter a situação das comunidades dominadas? Ação social. Ação social em parceria com os governos estaduais. O plano do governo federal peca porque falta a perna social, algo que deveria ser um ponto forte de um governo de esquerda. Sinal de que realmente o governo Lula não entendeu a gravidade da crise complexa. Respostas simples e ações rasas são um caminho garantido para o desgaste do governo.

Uma ala do governo do PT, porém, não se entusiasmou com a ideia, aponta o site Metrópoles. Uma das principais resistências se deve à sugestão de Sidônio Palmeira para que o ministro da Casa Civil, Rui Costa, coordene o plano.Há de se compreender a preocupação do ministro da Comunicação: a escolha de Rui Costa passaria a ideia de que o problema está sob o comando do ministro que coordena as ações de todos os ministérios.

A proposta de Sidônio enfrenta resistência no Ministério da Justiça e Segurança Pública. A avaliação é de que o plano de ter o ministro-chefe da Casa Civil como coordenador enfraqueceria o ministro Ricardo Lewandowski. É isso então? O problema de governo é rebaixado a um problema de ministro? Outros auxiliares de Lula lembram que o chefe da Casa Civil deve deixar o cargo em abril de 2026, para disputar as eleições na Bahia, o que poderia comprometer a coordenação do projeto. Em óbvio, o novo ministro da Casa Civil daria continuidade ao projeto de governo e não projeto de ministro. A questão reduzida entre Ricardo ou Rui deixa o governo Lula apequenado para enfrentar um problema real e que ocupa corações e mentes dos brasileiros.

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Há ainda uma ala do governo que avalia que o plano poderia trazer o problema da segurança pública, que é atribuição principalmente dos governos estaduais, para o colo de Lula em pleno ano eleitoral. Essa é uma avaliação de extrema miopia política. A direita e a extrema direita vão trazer a pauta da segurança pública para o centro do debate. É muito melhor o governo Lula ter ações para mostrar do que lavar as mãos, tentando isolar o problema para a responsabilidade dos governadores.

O próprio presidente, de acordo com relatos, apenas ouviu a apresentação de Sidônio e não deu encaminhamento. A ideia é que ele só volte a discutir o tema após terminar sua participação na COP30. Vale lembrar que, especificamente no Rio de Janeiro, a questão do combate às facções e milícias é, também, um problema de ordem ambiental. A vereadora Marielle foi assassinada porque estava denunciando as ações das milícias que tomavam áreas verdes para construções ilegais. Ou seja, um plano de destruição ambiental.

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