Custa a crer, mas em política pode acontecer tudo. Até conversão de crenças de senso comum. O líder do PP, ex-senador Cidinho Santos, diz que o Grupo de Mauro Mendes pretende escolher o seu candidato a governador por meio de pesquisa qualitativa. “O conceito” decidirá o nome do candidato a governador, garante Cidinho.
O detalhe: Mauro Mendes não acredita em pesquisa qualitativa, considera uma bobagem de marqueteiros. Bem ao seu estilo professor de Deus, Mauro só acredita nele mesmo, e não numa aferição de base científica que tem orientado campanhas eleitorais há muito tempo em todo mundo. Mauro mudou ou Mauro vai engolir a decisão com base no conceito de pesquisas qualitativas?
As declarações de Cidinho Santos, antes da questão Mauro x Pesquisa Qualitativa, deixam bem claro: o nome do vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos) tem uma grande resistência dentro do Grupo de Mauro Mendes. Resistência inclusive de gente bem próxima ao convívio do casal Virgínia e Mauro, segundo fontes do PNB. O novo argumento da escolha baseada em pesquisa qualitativa é a indicação mais clara de que Otaviano tem grandes dificuldades para emplacar a sua candidatura a governador dentro do próprio grupo. A indicação de candidato a governador não é um acordo comercial ou de gratidão a apoios passados. Há evidentes interesses políticos e eleitorais que excluem Otaviano do jogo, isso está claro até aqui.
Em entrevista à jornalista Cíntia Borges e ao jornalista Jonas da Silva, do site Midianews, Cidinho lembrou o caso da candidatura de Mauro Mendes ao governo em 2018. As pesquisas qualitativas foram a melhor bússola para as escolhas feitas pela coordenação de comunicação e política naquela campanha de Mauro, ainda que pessoalmente Mauro tivesse já uma resistência contra este tipo de pesquisa, baseado apenas no seu senso comum e na sua conhecida teimosia.
Segundo Cidinho, os nomes do partido deverão ter “perfil consolidado” perante os mato-grossenses. “Tudo é tempo e lá na frente iremos avaliar os projetos que são mais consolidados e nisso, de forma madura, a gente vai decidir”, disse o ex-senador e líder do PP de Mato Grosso.
Questionado sobre como será medido a consolidação desses perfis, Cidinho citou as pesquisas qualitativas. Ele lembrou que em 2018 foi coordenador de campanha do governador Mauro Mendes, que aparecia com percentual ínfimo nos levantamentos pré-eleitorais.
“Essas pesquisas quantitativas não levo em consideração. O exemplo está aí: hoje, tem gente que pode estar com 50 ou 60% e perde a eleição. Quando coordenei a campanha de Mendes em 2018, saímos de 5%, terceiro colocado”, disse.
“Tinham o Pedro Taques e o senador Wellington entre os primeiros. Mas a gente ganhou a eleição no primeiro turno. Isso não significa que quem está na frente agora vai ganhar a eleição”, acrescentou Cidinho.
Otaviano entendeu o recado público de Cidinho?
