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EXPLICANDO DIREITO

Juíza destaca como “pequenas” corrupções afetam a sociedade

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“Pequenas corrupções e o famoso jeitinho brasileiro” é o tema da nova edição do podcast Explicando Direito, que nesta semana traz uma entrevista com a juíza Raissa da Silva Santos Amaral, titular da Quarta Vara Criminal da Comarca de Cáceres. No bate-papo com a jornalista Elaine Coimbra, a magistrada falou sobre o impacto de corrupções consideradas ‘pequenas’, ou seja, aquelas atitudes do dia a dia que muita gente não leva tão a sério, como furar fila ou sonegar impostos, e que traz impactos para a sociedade e para as instituições públicas.

“Quando nós falamos ‘pequenas’ corrupções, estamos ali caracterizando como se ela fosse algo normal, como se tivesse deixado de ser crime, por conta de nós vermos isso no dia a dia. E essa é uma problemática muito grande”, destacou.

A magistrada assinalou que a expressão ‘jeitinho brasileiro’ deveria ser usada apenas para abarcar situações favoráveis, que dizem respeito à forma de o brasileiro ser generoso, de lidar com questões de forma criativa. “O jeitinho brasileiro, então, é a nossa forma de lidar de forma positiva com situações complicadas. Por outro lado, por conta da normalização de algumas questões de desvio de conduta, desvio da lei, nós começamos a chamar algumas atuações de pequenas, mas elas não são pequenas”.

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Em relação às instituições públicas, a magistrada destacou que a credibilidade delas se dá a partir da própria atuação dos servidores e dos membros que representam aquelas instituições, e lamentou a atitude de alguns que acabam manchando a imagem de todos. “Existem, por exemplo, alguns tipos de condutas que são bastante corriqueiras, por exemplo, fraudar horário de chegada, o ponto, laudo médico falsificado, recebimento de diárias incorretas. Pequenas situações que vão criando aquela percepção de que nós temos que ser mais fiscalizados, senão nós não fazemos as coisas de forma correta. E isso parece pequeno e corriqueiro, mas, a partir do momento em que se torna normal, a barreira entre o que é normalizado e o que é crime fica muito tênue em algum momento”, enfatizou.

Como saída, a juíza Raissa Amaral destacou a necessidade do exemplo pessoal, dentro de casa e nas instituições, assim como da educação de crianças e adolescentes. “Nós devemos sempre manter essa proximidade dos adolescentes e crianças. Aproximá-los a partir de campanhas, palestras, porque crianças e adolescentes aprendem de forma muito mais fácil do que nós. Depois de certa idade, nós temos uma dificuldade de mudar nossos próprios comportamentos, mas eles não. Aquilo que nós falamos para uma criança ou adolescente marca muito mais do que nós imaginamos. Então, nós podemos fazer campanhas e palestras para explicar exatamente que pequenas corrupções são graves, e o impacto que elas causam na sociedade”, afirmou.

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O Explicando Direito é uma iniciativa da Escola Superior da Magistratura de Mato Grosso (Esmagis-MT) e da Coordenadoria de Comunicação do Tribunal de Justiça, em parceria com a Rádio Assembleia.

Clique neste link para ouvir a entrevista via Spotify.

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