
O Pantanal mato-grossense será palco da primeira edição da COP Pantanal – Saberes e Ações pelo Clima, encontro que pretende inserir o bioma nas discussões nacionais e internacionais sobre mudanças climáticas. O evento ocorrerá entre os dias 10 e 12 de novembro, em Cáceres (MT), e é organizado pela Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) e pelo Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT).
A conferência busca ser uma plataforma de diálogo entre comunidades locais, pesquisadores, gestores públicos, empresas e movimentos sociais, com o objetivo de discutir soluções concretas para os impactos ambientais que o Pantanal enfrenta.
“O Pantanal é um patrimônio mundial e precisa estar no centro das discussões globais, principalmente por sua sensibilidade às alterações causadas pelo ser humano. A ideia é mostrar como ciência, sociedade e natureza podem caminhar juntas no enfrentamento às mudanças climáticas”, afirma o professor Ernandes Sobreira, da Unemat, um dos organizadores do evento.
Conexão com a COP 30
A iniciativa ocorre em sintonia com a COP 30, que será realizada em Belém (PA) entre 10 e 21 de novembro. A proposta é que a conferência mato-grossense sirva como um espaço preparatório para o evento global, permitindo que as vozes pantaneiras cheguem às mesas de negociação internacionais.
Durante os três dias, a programação incluirá palestras, oficinas, painéis de debate, audiência pública e a elaboração da “Carta do Pantanal”, documento com compromissos e propostas regionais que será encaminhado para fóruns climáticos nacionais e internacionais.
A COP Pantanal também integra outros eventos acadêmicos, como a Semana de Biologia da Unemat (Semabio) e a Jornada de Ensino, Pesquisa e Extensão do IFMT (Jenpex), ampliando a participação de estudantes e pesquisadores.
Bioma estratégico
Reconhecido como um dos maiores depósitos naturais de carbono do planeta e regulador hídrico em escala continental, o Pantanal tem sofrido com secas prolongadas e queimadas recorrentes, fenômenos que afetam inclusive biomas vizinhos.
Ao sediar a conferência, Mato Grosso busca reforçar seu protagonismo nas agendas ambientais e consolidar o Pantanal como ator estratégico nas negociações sobre clima e biodiversidade.