O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro (PSD), fez duras críticas ao mercado financeiro nesta sexta-feira (29.11), durante o 1º Encontro Regional – Gestores Municipais Eleitos e Reeleitos, promovido pela Caixa Econômica Federal, em Cuiabá. O posicionamento veio em resposta às reações do mercado ao pacote de corte de gastos anunciado pelo Governo Federal.
Durante o evento, o ministro ainda pediu um voto de confiança ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e às medidas econômicas em curso, afirmando que elas visam a estabilidade e o crescimento sustentável do Brasil.
Fávaro exaltou o desempenho da economia brasileira nos dois primeiros anos do governo Lula, citando um crescimento de cerca de 3% ao ano e o avanço no ranking global de economias. “Estávamos na 11ª ou 12ª economia do mundo e já estamos na oitava, caminhando para ser a sexta ou sétima economia do mundo”, destacou.
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O ministro também enfatizou o compromisso do governo com a responsabilidade fiscal e a estabilidade monetária, citando a atuação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a elevação da nota de crédito do Brasil por agências internacionais.
Ao abordar o papel do mercado financeiro, Fávaro fez questão de distinguir os grandes bancos do sistema financeiro público, como Caixa Econômica, Banco do Brasil e BNDES, que, segundo ele, desempenham um “belo trabalho” ao promover a inclusão financeira. No entanto, criticou a postura especulativa de “meia dúzia de grandes bancos” que, em sua visão, agravam a instabilidade econômica.
Ele argumentou que as críticas às medidas econômicas do governo não consideram os avanços alcançados e geram efeitos negativos como alta do dólar e inflação. “Quando há um ataque especulativo, o dólar dispara, e isso gera inflação. Para combater a inflação, sobe-se a taxa de juros. Quem ganha com isso? Os bancos”, declarou.
Fávaro ainda pediu um voto de confiança no governo e em suas iniciativas econômicas. Segundo ele, o Congresso Nacional tem prerrogativa para melhorar as propostas apresentadas, garantindo a estabilidade e o crescimento econômico de forma inclusiva. “O Brasil tem autonomia, estabilidade e transparência. Merece a confiança de todos nós, em especial do mercado financeiro, no compromisso do governo Lula e do ministro Haddad”, concluiu.