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ARTIGO

Misoginia aflorada

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Já pensou, prezada eleitora, se a proposta de acabar com o voto feminino se espalha pelo mundo? Não. Infelizmente, não é fake News. Segundo a notícia, publicada na semana passada em vários sites, o secretário de defesa trumpista postou um vídeo com dois pastores defendendo que as mulheres norte-americanas deixem de votar. A escolha passaria a ser familiar, e exercida exclusivamente pelo homem “após discutir o assunto”. Na verdade, eles defendem a total submissão feminina, porque, segundo eles, as mulheres também não podem ocupar cargos de liderança em sua igreja, “porque a bíblia diz assim”, e nem nas forças armadas.

De imediato, cerca de 7,6 milhões mães solteiras estadunidenses não teriam mais o direito à escolha de seus representantes, conquistado com muito custo e exercido pela primeira vez na Nova Zelândia há mais de um século. Foi em 1893. Pouco menos de uma década depois, as australianas também foram às urnas; Reino Unido, em 1918; Estado Unidos, 1920 (portanto, há 105 anos); Brasil (1932) e a França, símbolo do fim do absolutismo, em 1944. É uma estapafúrdia e um enorme retrocesso, mas é real. E, por incrível que pareça, não surpreende, porque vem de um país onde tanto a expulsão quanto a prisão de imigrantes considerados indesejáveis, além da intolerância à diversidade (de opinião ou de gênero), se tornaram políticas de estado.

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Pode até parecer mais uma bravata, já que o post aconteceu justamente em um momento em que a maioria feminina (63%) desaprova a política econômica de Donald Trump, mas é sempre bom ficar atento para evitar inúmeros passos atrás. Nos EUA, organizações evangélicas progressistas disseram estar preocupadas com o discurso apoiado pelo secretário de defesa. “Não se trata apenas de suas crenças pessoais cristãs sobre a função da mulher na família. Eles desejam impor essas ideias a todos”, se expressou um líder.

No Brasil, caso se leve em consideração que, na eleição passada, Lula teve a maioria do voto feminino, a proposta dos pastores norte-americanos seria facilmente absorvida pela extrema-direita tupiniquim. Mas cá como lá, eles já não estão tendo vida fácil. Tanto que, apesar de toda sua subserviência às decisões trumpistas, tentam, mas não conseguem atingir seus fins. Enquanto insistem em anistia para os golpistas de 8 de Janeiro, a defesa pede a redução da pena de Bolsonaro de 43 para 14 anos. Um gesto a ser interpretado como jogar a toalha?

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Pelo sim e pelo não, aumenta no país a movimentação para frear o proselitismo tóxico. Um exemplo disso aconteceu em Santa Catarina, também na semana passada. Diversos centros acadêmicos da Univali (Universidade do Vale do Itajaí) assinaram uma nota repudiando a realização de uma conferência da Ação Política Atlântico Sul (APAS), reunindo expoentes considerados por eles “rostos do fascismo no Brasil”. Evoé!

Jairo Pitolé Sant’Ana é jornalista

* A opinião do articulista não reflete necessariamente a opinião do PNB Online

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