Natasha Slhessarenko, pré-candidata ao governo de Mato Grosso pelo PSD, rejeita o rótulo de esquerda, classificando a discussão entre direita e esquerda como “rasa” e “superficial”. Em entrevista ao PNB Onlie, uma dia após ser nomeada pré-candidata pelo seu partido, ela afirmou que essa é uma discussão de políticos “que não têm o que falar” e que ela não se encaixa nesse rótulo. Slhessarenko se considera uma pessoa que tem “na veia a questão da justiça social” e busca a melhoria da qualidade de vida das pessoas, com o objetivo de servir a população.
“Eu não gosto de rótulos, não me cabe esse rótulo de ser da esquerda. E essa disputa Lula e Bolsonaro também se reflete em Mato Grosso, com certeza essa disputa se reflete no Brasil inteiro. Sinto que ela está mais amenizada depois de muitos acontecimentos, mas nós pessoas responsáveis, pessoas que gostam da política, que querem fazer uma política boa, uma política do bem, não vamos entrar nesse discurso de direita e esquerda só para confundir o eleitor. O que tem que estar no centro dos problemas, no centro do debate, são os problemas da nossa sociedade.”, afirmou.
Ponto crucial para a pré-candidata é a segurança pública, especialmente o combate ao feminicídio. Ela expressa indignação com o fato de Mato Grosso ser o estado campeão de feminicídios no Brasil, citando que 50 mulheres já foram assassinadas este ano, em comparação com 46 em 2023 e 47 em 2024. Slhessarenko argumenta que a presença de uma mulher governadora é fundamental para enfrentar essa questão.
“Quando a gente fala que Mato Grosso é o estado campeão de feminicídios no Brasil, isso para todas as mulheres e homens de bem é realmente algo deplorável.”, afirmou a pré-candidata. “O olhar feminino na política é extremamente importante e é é vital para para uma política diferenciada, para uma política mais social.”, declarou.
A pré-candidata, que é médica e professora da UFMT há 23 anos, além de empresária (fundou o laboratório Cedlab e a Clínica Vida), enfatiza que o centro do debate político deve ser os problemas da sociedade, e não a polarização ideológica. Ela destaca a saúde como um dos principais desafios, mencionando a dificuldade de acesso a exames e especialistas, a necessidade de mais leitos de UTI e a valorização da atenção primária. Slhessarenko defende uma saúde humanizada e um sistema eficiente de agendamento de consultas, especialmente para cardiologia, hipertensão, diabetes e doenças oncológicas.
“Precisamos encarar que para fazer um exame leva meses, para ser encaminhado para um para um especialista leva meses. Precisamos ter mais leitos de UTI, precisamos valorizar a atenção primária, o Estado pode contribuir fornecendo recursos para atenção primária, o Estado pode contribuir fornecendo educação continuada para atenção primária, porque é na atenção primária que acontece a prevenção e a promoção de saúde”, declarou.
A médica e professora universitária também aborda a questão da fome em Mato Grosso. Ela considera “inadmissível” que um estado tão rico tenha pessoas passando fome.
“Mato Grosso se fosse um um país seria o terceiro país maior produtor de soja do mundo… mas em compensação 150.000 pessoas passam fome aqui, 3,9% da população de Mato Grosso está no mapa da fome.”, disse. “O Brasil já saiu do mapa da fome, mas Mato Grosso continua no mapa da fome. Isso não é admissível, um país, um estado tão rico como o nosso que produz tanto tantos grãos, que produz tanta carne bovina, que gera aí uma um PIB maravilhoso para o nosso estado… Não é justo que a gente tenha aí gente passando fome.”
Natasha Slhessarenko foi oficializada como pré-candidata ao governo pelo PSD, com o apoio do senador Carlos Fávaro, presidente do partido e Ministro da Agricultura do Governo Lula.




















