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PABLO SANTAMARÍA

No México, pesquisador destaca papel de Aline Figueiredo na identidade visual do Centro-Oeste

Doutor pelo ECCO, professor integrou o painel “En el umbral de lo contemporáneo: publicaciones, discursos e identidades en redefinición” no simpósio “Crítica de arte en América Latina: agentes, redes y teorías”.

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(Foto: Reprodução)

A crítica de arte mato-grossense Aline Figueiredo, um dos nomes centrais da cultura do Centro-Oeste nas últimas cinco décadas, foi tema de uma das apresentações do simpósio “Crítica de arte en América Latina: agentes, redes y teorías”, realizado nesta quarta-feira (19.11) no Museu Universitário de Arte Contemporânea (MUAC), na Cidade do México.

O pesquisador Pablo Santamaría, doutor pelo Programa de Pós-Graduação em Estudos de Cultura Contemporânea da UFMT (PPGECCO) e professor da Fundación Universitaria Bellas Artes, na Colômbia, apresentou como a atuação de Aline influenciou diretamente a consolidação de uma identidade visual própria para Mato Grosso e como sua obra continua indispensável para entender a produção artística brasileira para além do eixo Rio-São Paulo.

A fala de Pablo integrou o painel “En el umbral de lo contemporáneo: publicaciones, discursos e identidades en redefinición”. Ao introduzir o tema, ele destacou que discutir o “problema do arte brasileiro visto desde o interior” exige enfrentar hierarquias históricas que relegaram as regiões à condição de exotismo. “Aline Figueiredo, em seu trabalho muito discreto, não apenas escreveu crítica e desenvolveu pesquisa, mas também fez curadoria e atuou como animadora cultural”, afirmou.

Segundo ele, o debate dos anos 1970 e 1980 sobre a contribuição das regiões ao chamado “arte nacional” mostrava como categorias criadas nos grandes centros, como modernismo, vanguarda ou arte primitiva, eram aplicadas de forma a subestimar experiências complexas que emergiam do interior do Brasil. “O desafio não era apenas integrar as regiões ao relato nacional, mas transformar o próprio relato da arte brasileira”, disse o pesquisador.

Ao detalhar o papel da crítica mato-grossense, Pablo descreveu Aline como uma articuladora que conectou pesquisa, formação artística e instituições culturais. Sobre a AMA (Associação Mato-Grossense de Artes), criada por Aline e Humberto Espíndola em 1966, ele enfatizou o papel do Ateliê Livre, que oferecia formação artística em um Estado que ainda não contava com cursos universitários na área. Com a criação da UFMT e a mudança do casal para Cuiabá, explicou Pablo, surgiu o ambiente que permitiria, em 1974, a criação do Museu de Arte e de Cultura Popular (MACP).

“A atividade crítica de Aline não implica apenas avaliação estética; ela complementa essa atuação com intervenção institucional, pedagógica e simbólica”, disse. Ele apontou ainda que a própria crítica chamava sua proposta de “modernidade autocrática do sentir caboclo”.

O impacto na cena mato-grossense

Filha de cuiabano, nascida em Corumbá, Aline Figueiredo transformou a cena artística de Mato Grosso desde os anos 1960. Aos 20 anos, organizou uma exposição que reuniu 17 artistas de diferentes regiões do então estado unificado, marco da modernidade local, após conseguir apoio direto de Assis Chateaubriand.

Foi também decisiva para artistas como Adir Sodré, Gervane de Paula, Dalva de Barros e Clóvis Irigaray. Além de criar instituições, editar revistas, formar novos profissionais e produzir acervo, escreveu cinco livros, dois premiados pela Associação Brasileira de Críticos de Arte. Prepara agora o sexto título.

A programação do simpósio segue até quinta-feira (20.11), com mesas sobre crítica, teoria, circulação de ideias e o papel contemporâneo dos agentes culturais na América Latina. A apresentação do professor pode ser conferida neste link.

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