Pesquisar
Close this search box.
ARTIGO

O Al-Anon devolveu-me o direito de sonhar novamente

Publicidade

O lar onde eu nasci e vivi os primeiros tempos da minha vida era um ambiente alcoólico e, por consequência, amargamente desestruturado. Foi lá que eu comecei a conviver com várias experiências negativas, entre as quais muita violência doméstica.

Um dia eu me casei, com a expectativa de ser feliz na vida, mas longe de saber que estava unindo a minha vida à de um doente alcoólatra. Achei que comigo ia ser diferente, que eu ia conseguir fazê-lo parar de beber… essa era a minha convicção. Mas não foi isso que aconteceu, pois logo vi minha vida se despencar por um abismo sem fim! Como lidar com aquela situação? Porque agora o problema era meu e não da minha mãe, eu queria construir uma família, “mas uma família normal”.

Foram doze anos de incertezas, doze anos vivendo a vida do meu familiar, doze anos com a casa sendo sustentada com troco de bar. Em fevereiro de 2006, no velório do meu pai, meu familiar recebeu uma semente, semente da esperança que foi plantada com muito carinho por um colega da bebedeira que se encontrava sóbrio já há algumas 24 horas.

Leia Também:  Outubro Rosa: Sobrevivi ao câncer e ajudo gratuitamente outros pacientes

Depois de seis meses a semente germinou. Um escravo do álcool, com a família despedaçada, eis que finalmente ele resolveu buscar ajuda em um grupo de AA. Era um fio de esperança, em meio ao desalento que tinha tomado conta de mim.

Eu, desacreditada de promessas e mentiras, não dei importância quando ele disse que ia procurar ajuda. Acreditem, ele foi! E nesse dia meu familiar voltou diferente, eu pude ver a expressão de felicidade e de esperança estampada em seu rosto. E eu ainda sem entender essa felicidade, não dei nenhuma importância àquele indício de mudança.

Acreditem! Ele voltou e eu fui com ele a uma reunião da irmandade de Alcoólicos Anônimos, o A. A. Lá tomei conhecimento do Al-anon (para familiares de alcoólicos), frequentei algumas reuniões e depois desisti. Passou-se algum tempo e eu voltei para a sala de Al-Anon, quando então compreendi melhor a doença e hoje não vivo mais a vida do meu familiar, parei de dormir preocupada com dívidas. Hoje posso sair, e ao chegar em casa sei que vou encontrar paz.

Leia Também:  O Cachorro Invisível: Por que muitos animais de rua ainda não são vistos?

Hoje posso dizer que tenho a família que sonhei, com dignidade, paz de espírito e direito de sonhar.

*Lucimar é nome fictício em respeito à tradição do Anonimato

COMENTE ABAIXO:

Compartilhe essa Notícia

Publicidade

Publicidade

Publicidade

NADA PESSOAL

Nada Pessoal com o Deputado Estadual Wilson Santos

Informe Publicitário

Informe Publicitário

Informe Publicitário

Informe Publicitário

Publicidade

NADA PESSOAL

Nada Pessoal com Valdinei Mauro de Souza