O coletivo Potências Negras Criativas, de Mato Grosso, recebeu o Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade na categoria Cooperativas e associações, Microempreendedor Individual (MEI) ou Microempresa (ME). Silviane Ramos Lopes da Silva, idealizadora do Potências Negras Criativas, recebeu a premiação durante solenidade esta semana na sede do Sebrae em Brasília.
Silviane foi reconhecida nacionalmente por sua trajetória de luta, cuidado e memória viva, e fez questão de enaltecer a força ancestral de Tereza de Benguela, mulher símbolo da resistência negra de Vila Bela da Santíssima Trindade. Em sua fala, reforçou o compromisso de ecoar a voz do território por onde for, honrando as histórias que a antecedem e inspirando as que virão.
“Esse prêmio é um presente para as que se foram, para nós que plantamos e para as que virão. Onde eu estiver, ecoarei a voz do meu território e honrarei a memória de Tereza de Benguela e de todas as nossas ancestrais. Viva a memória ancestral!”, afirmou Silviane, emocionando o público presente.
A cerimônia contou com a presença de Maria Eunice Aiardes Ferrer, membro do coletivo, e Fernanda, superintendente substituta do Iphan-MT, que celebraram esse marco histórico ao lado de Silviane.
Ao todo, foram premiadas 18 iniciativas de todo o Brasil. Entre elas, ressoou forte a voz do quilombo, da fronteira, das mulheres negras do Oeste mato-grossense. Um prêmio que reconhece a memória como força viva, presente e transformadora.
O Potências Negras Criativas é uma iniciativa que busca promover as heranças culturais, patrimoniais e históricas da população negra em Mato Grosso, resgatando a ancestralidade e ampliando o impacto de afroempreendedoras locais. Entre suas ações destacam-se intervenções artísticas, oficinas, produção de materiais educativos e fortalecimento de redes de afroempreendedores. O projeto dá visibilidade à história e às vivências das mulheres negras, articulando passado e presente em ações de educação patrimonial e memória cultural. Envolveu diretamente mais de 500 mulheres em atividades formativas e identitárias, ampliando suas capacidades econômicas e profissionais.