A presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT), Gisela Cardoso, emitiu nota de repúdio contra o deputado federal José Medeiros (PL-MT) após ele ter ordenado que a advogada Izabella Gomes “cale a boca” durante uma sessão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS.
O episódio ocorreu durante o depoimento da empresária Thaisa Hoffmann Jonasson, que optou por permanecer em silêncio. Em sua fala, o parlamentar fez críticas generalizadas à atuação de advogados em CPIs, referindo-se a um suposto país chamado “Banania” onde haveria “desordem” na advocacia e fez menção pejorativa ao “padrão advogado de porta de cadeia”, que classificou como “o tipo mais preparado, mas também mais petulante que tem”.
Ao ser interrompida pela advogada Izabella Gomes, que pedia a palavra “pela ordem” ao presidente da comissão, Medeiros reagiu com hostilidade: “Advogado de quadrilha não vai me fazer baixar o meu mandato. Eu represento o Estado. Estou na hora da minha fala. Cala a boca”, disparou o parlamentar, elevando o tom de voz. “A senhora fique no seu lugar, que eu estou no meu lugar”.
OAB anuncia medidas contra desrespeito
Em nota, a presidente Gisela Cardoso foi enfática ao condenar a atitude do parlamentar: “É inaceitável o desrespeito à advocacia e a violação às nossas prerrogativas. Eu não posso deixar de manifestar e lamentar um episódio ocorrido ontem na CPMI do INSS, onde um deputado federal de Mato Grosso desrespeita as prerrogativas e ataca a advocacia”.
Ela acrescentou que a entidade não tolerará esse tipo de conduta: “Extrapolando a sua atividade parlamentar, ofende uma advogada no exercício da profissão e tenta criminalizar a advocacia utilizando expressões de cunho pejorativo”.
Gisela também ressaltou a importância constitucional da advocacia: “Tão importante quanto o exercício do mandato parlamentar é o exercício da ampla defesa e do contraditório, garantidos constitucionalmente, sendo pilares do Estado Democrático de Direito e que possui como agentes guardiões as advogadas e os advogados”.
A presidente informou que a OAB-MT, em conjunto com o Conselho Federal da OAB e o colégio de presidentes seccionais, “adotará as medidas competentes exigindo respeito às nossas prerrogativas e a advocacia”.

























