O Laboratório Nenhuma a Menos, espaço formado por professoras militantes da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) e do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), lançará no dia 30 de outubro, às 19h, o caderno “Relatos sobre violência política contra mulheres de Mato Grosso”. O evento será realizado na Oca da Adufmat, no campus da UFMT, em Cuiabá.

A publicação reúne relatos de violência política vivenciada por mulheres docentes, negras, indígenas e quilombolas do estado. Entre os casos, estão depoimentos de integrantes do Centro Cultural Casa das Pretas MT e da Federação dos Povos e Organizações Indígenas de Mato Grosso (FEPOIMT). Segundo as organizadoras, o objetivo é dar visibilidade a um problema amplamente silenciado.
“Nos números oficiais, não existe violência política contra mulheres em Mato Grosso. Mas toda mulher que ousa lutar por direitos no estado enfrenta alguma forma de violência política, desde o silenciamento e a invisibilização até ameaças e ataques à honra e à imagem”, traz uma chamada do grupo nas redes sociais.
O Laboratório lembra que Mato Grosso é o estado que mais mata mulheres no país, e que o Brasil ocupa o 5º lugar no ranking mundial de feminicídios. Para as autoras, a inexistência de registros oficiais sobre violência política de gênero reflete a naturalização e a invisibilidade das agressões sofridas por mulheres que atuam na vida pública.
“Sabemos que não retratamos a totalidade das situações de violência política contra mulheres, mas é o pontapé para romper o silêncio entorno do tema. Fortalecer o movimento de mulheres em Mato Grosso é condição fundamental para a fortalecer a democracia brasileira”, afirma a professora Lélica Elis Pereira de Lacerda, da UFMT.
O caderno é uma produção conjunta do Laboratório Nenhuma a Menos e do Grupo de Trabalho Políticas de Classe para as Questões Étnico-raciais, de Gênero e Diversidade Sexual (GTPCEGDS), vinculado aos sindicatos Adufmat e Adunemat.


























