No próximo dia 4 de dezembro, se as condições climáticas permitirem, uma Super-Lua, brilhará no céu de todo o Brasil.
Uma Super-Lua, de fase cheia, ocorre quando a Lua está próxima ao perigeu, local da sua máxima aproximação à Terra durante a sua órbita elíptica em torno do nosso planeta.
Para que ocorra uma Super-Lua o nosso satélite precisa estar a menos de 360 000 km do centro da Terra. A Super-Lua em 4 de dezembro estará a uma distância média de 356 965 km.
O início da fase cheia e a passagem da Lua pelo perigeu dificilmente ocorrem simultaneamente. No horário de Brasília a Lua passará pelo perigeu às 8h07 e entrará na fase cheia às 20h14 do dia 4 de dezembro.
Para os que seguem o fuso de Mato Grosso, Amazonas e Rondônia, entre outros estados, a passagem pelo perigeu ocorrerá às 7h07 e, às 19h14 do próximo dia 4, a Lua entrará na fase cheia. A variação para todos os horários citados é de 2 minutos.
Ao se aproximar, ou, se afastar, do perigeu, a Lua Cheia mostra toda a sua beleza por, pelo menos, dois dias antes e depois do ápice. Mas, quanto mais próxima ao horário do máximo, mais bonita ela estará.
Será melhor observá-la quando ela estiver se levantando ao anoitecer de 4 de dezembro, à frente da constelação do Touro. Mas, também, ela estará esplendorosa quando estiver se pondo ao amanhecer dos dias 4 e 5 de dezembro.
Devido à ilusão de óptica a Lua parece, mas não é, maior quando está próxima ao solo. Esse é o momento ideal para observá-la e tirar fotos.
Uma Super-Lua não tem uma importância maior para a astronomia. Embora produza marés mais altas, estas são apenas 5 cm maiores do que as provocadas por uma Lua Cheia convencional. Também, ela não é responsável por terremotos e erupção de vulcões. O importante no evento da Super-Lua é admirar a sua beleza quando ela estiver próxima ao horizonte – ou solo.
De acordo com o Time and date uma Super-Lua parece, em média, 5,9% a 6,9% maior do que uma Lua Cheia tradicional e, aproximadamente, 16% mais brilhante.
Em textos de divulgação costumam usar valores maiores porque comparam a dimensão da Super-Lua com a de uma Lua Cheia no apogeu (Micro Lua Cheia) – que está à maior distância do centro da Terra – e, por causa disso, parece menor e menos brilhante. Neste caso, uma Super-Lua é 12,5% a 14,1 % maior e 27% a 30% mais brilhante do que uma Micro Lua Cheia. Esses cálculos dependem da distância Terra-Lua e, portanto, têm valores diferentes para cada Super-Lua!
Aprendendo com a Super-Lua de 4 de dezembro:
No Brasil não costumamos dar nomes às luas cheias. Ao invés de usarem a nossa rica fauna e flora e a estação do mês associado à Lua Cheia, copiam os nomes atribuídos pelos moradores dos Estados Unidos, no hemisfério norte. Seguindo a maioria, já fiz isso.
A Lua Cheia de novembro é denominada pelos americanos de “Lua do Castor”, roedor que não é comum em nossa fauna. Os norte-americanos chamam a Lua Cheia de dezembro de “Lua do Frio”. De acordo com eles, em 4 de dezembro teremos uma “Super-Lua do Frio”! Vou contar aos cuiabanos que irá esfriar em dezembro!
Ah! A de fevereiro é conhecida nos Estados Unidos como “Lua da Neve”! Quero ver os cariocas sambando com roupa de lã!
Esta é uma boa oportunidade para explicar ao público que as estações são opostas nos hemisférios sul e norte. Quando é verão no hemisfério sul –onde o Brasil está – é inverno no hemisfério norte – onde os americanos estão localizados. Quando é primavera em nosso hemisfério, é outono, no norte e vice-versa.
Vou chamar de Super-Lua da Garça Branca – ave comum nesta época – a Super-Lua de 4 de dezembro. E viva o nosso Brasil!
Telma Cenira Couto da Silva é doutora em Astronomia (IAG – USP) e professora aposentada da UFMT
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