
A jornalista Angélica Gomes, da TV Record Cuiabá, foi agredida com um soco no rosto pelo policial militar aposentado Jeferson Santana Vieira na noite de terça-feira (26.08), enquanto cobria um acidente de trânsito na Avenida Miguel Sutil, em Cuiabá. O ex-PM havia provocado a colisão entre três veículos, segundo a polícia, e acabou preso em flagrante.
Durante a gravação de uma passagem para televisão, Angélica foi surpreendida pelo agressor, que derrubou a câmera e, em seguida, atingiu a repórter na mandíbula. Ela relatou nas redes sociais que sentiu fortes dores após o golpe e registrou boletim de ocorrência. “Foi a primeira vez que sofri uma agressão física dessa forma no exercício da profissão”, afirmou.
Testes de alcoolemia feitos no aposentado deram negativo, mas a jornalista pediu também exame toxicológico, alegando que ele apresentava sinais de alteração. Segundo ela, no momento do tumulto, o suspeito chegou a dizer que teria atirado contra as vítimas do acidente e contra jornalistas se estivesse armado.
A profissional contou ainda que a Polícia Militar ofereceu apoio após o episódio. A vítima foi encaminhada para exame de corpo de delito e pretende solicitar medida protetiva contra o agressor.
A agressão gerou manifestações de solidariedade de colegas de profissão e entidades de classe. O Consórcio de Imprensa de Mato Grosso divulgou nota em que classifica o ataque como “covarde e inaceitável” e destaca que se trata de uma ameaça à liberdade de imprensa. O texto também ressalta que a violência contra a repórter, por ser mulher, “agrava ainda mais a gravidade do ato”.
O deputado estadual Lúdio Cabral (PT) também se pronunciou, cobrando punição rigorosa. “É dever do Estado e da Secretaria de Segurança Pública apurar rigorosamente esse ato absurdo e punir a agressão com o rigor necessário”, afirmou.
A jornalista disse estar bem e agradeceu pelas mensagens de apoio recebidas. O caso será investigado pela Polícia Civil de Mato Grosso.