O presidente da Assembleia Legislativa (ALMT) e pré-candidato a prefeito de Cuiabá, Eduardo Botelho (União), defendeu que o Governo do Estado faça licitação para definir quais empresas devem assumir a concessão de operação do BRT (Ônibus de Trânsito Rápido). O deputado estadual ainda classificou como “falácia” a denúncia feita pelo deputado federal Abílio Brunini (PL).
“São falácias. Eu inclusive defendo que seja licitado. A minha defesa é que se faça uma nova licitação para não haver qualquer pré-julgamento. Só isso que eu tenho a dizer. Não vou ficar discutindo coisas que não têm sentido, inclusive não está decidido. O governo, pela informação que nós temos, que no momento estão focados na obra, depois nas compras de ônibus, depois da operação. Mas eu, antecipadamente, defendo que se faça novas licitações”, afirmou Botelho nesta quarta-feira (26.06).
Recentemente, Abílio Brunini denunciou que a operação do novo modal seria repassada para um grupo de empresas do irmão do presidente da Assembleia, o empresário Romulo Botelho. Nesta quarta, o deputado federal esteve na Casa de Leis e voltou a reafirmar as denúncias. “A licitação da operação não precisa comprar os veículos para fazer isso. A licitação da operação já tem as características, já tem o projeto, já tem o traçado. Ele (Estado) já abriu licitação? Não”, declarou o deputado federal.
Abílio disse que esteve na Secretaria de Estado de Infraestrutura (Sinfra-MT) e na Agência Reguladora de Serviços Delegados (Ager-MT) e confirmou que a operação do BRT será repassada para as atuais concessionárias do transporte coletivo. “As informações que eu tenho, eu estive na Sinfra, na Ager, pela subcomissão de Mobilidade Urbana, sou inclusive presidente da subcomissão […] eu estou acompanhando. E nas duas entidades disse que vai ser assim. Seria de muito agrado que a Sinfra e Ager falasse que iria fazer licitação. Eu torço pra isso. Porque enquanto ficar do jeito que está, sem um edital, sem processo de abertura da licitação, está indo para família do Botelho. Então tomara que o governador (Mauro Mendes) desperte dessa situação”.
Na segunda (24.06), a Secretaria de Estado de Infraestrutura (Sinfra-MT), através da assessoria, confirmou a informação do deputado Abílio que o BRT será operado dentro dos contratos atuais de transporte municipal e intermunicipal. “No caso das linhas intermunicipais, dentro do contrato de transporte intermunicipal. No caso das linhas dentro de Cuiabá, dentro dos contratos municipais de transporte público”.
A Associação Mato-grossense dos Transportadores Urbanos (MTU) informou, por meio de nota, que não foi comunicada sobre a decisão da Sinfra referente à administração do BRT após a conclusão das obras. “A MTU representa as empresas concessionárias do serviço de transporte coletivo de passageiros na Capital de Mato Grosso, no transporte intermunicipal (Cuiabá-Várzea Grande) e também na linha Cuiabá-Santo Antônio de Leverger. Todas as empresas de ônibus operam por meio de contrato de concessão legalmente licitados”.