
A presença de facções criminosas segue em expansão em Mato Grosso e já alcança quase todo o território estadual. É o que mostra a nova edição do Cartografias da Violência na Amazônia, divulgada nesta quarta-feira (19.11) pelo Instituto Mãe Crioula em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O levantamento identificou grupos do Comando Vermelho (CV), Primeiro Comando da Capital (PCC), Tropa Castelar e B40 atuando em municípios mato-grossenses, alguns sob domínio de um único grupo, outros marcados por disputas violentas.
No total, as facções estão presentes em 92 municípios. Em 78 deles, há hegemonia de um único grupo; em 14, há disputa aberta entre duas ou mais organizações.
Os dados mostram que em Mato Grosso o avanço se dá tanto nas cidades próximas à fronteira com a Bolívia quanto em municípios com histórico de conflitos ambientais, expansão agropecuária e garimpo ilegal, condições que, segundo o estudo, favorecem a entrada e o fortalecimento de facções.
A presença do Comando Vermelho é a mais disseminada no estado. Em vários municípios, como Vila Bela da Santíssima Trindade, Nobres e Aripuanã, o CV exerce domínio territorial e influencia desde o tráfico de drogas até a exploração de recursos naturais, especialmente o garimpo. Em outras localidades, a disputa se dá com o PCC, que mantém presença seletiva em corredores estratégicos ligados ao escoamento de drogas e armas.
O levantamento também registra o fortalecimento de grupos regionais, especialmente a Tropa Castelar envolvida em episódios de violência extrema, e o B40, oriundo do Maranhão e já identificado em trechos da região de transição entre os estados.






















