O réu Wendel dos Santos Silva foi condenado pelo Tribunal do Júri de Peixoto de Azevedo (a 691 km de Cuiabá) a 31 anos e seis meses de reclusão pelo feminicídio da noiva Lediane Ferro da Silva. Ele também foi condenado a pagar R$ 150 mil em indenização por danos morais à família da vítima. O júri foi realizado na quinta-feira (18) e o condenado iniciará o cumprimento da pena de imediato e em regime fechado.
“Saímos muito satisfeitos com o resultado do julgamento. O Ministério Público entende que a justiça foi feita e que fica um recado claro para Peixoto de Azevedo, para Mato Grosso e para o Brasil: não vamos aceitar crimes de feminicídio nem qualquer forma de violência contra a mulher”, afirmou a promotora de Justiça Andreia Monte Alegre Bezerra de Menezes, que atuou na sessão.
O crime aconteceu em abril de 2024, em uma residência localizada no bairro Centro Antigo. “Wendel dos Santos Silva, com manifesta intenção homicida, em situação de violência doméstica, com emprego de arma branca e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima, ceifou a vidada vítima Lediane Ferro da Silva”, narrou o MPMT na denúncia.
Conforme apurado durante as investigações, o denunciado manteve relacionamento amoroso com a vítima. No dia do crime, ela havia solicitado à enteada que pedisse ao acusado para deixar a residência, devido a desentendimentos recorrentes. Após ser confrontado, o denunciado questionou a vítima sobre sua decisão e, em seguida, desferiu os golpes com uma arma branca que estava na cozinha.
Imagens de segurança registraram o momento do crime, que foi cometido na frente do filho e da enteada da vítima. O laudo apontou seis lesões perfurocortantes, sem sinais de defesa. Após o ocorrido, o acusado fugiu e foi localizado dias depois.
“Infelizmente, os crimes de violência doméstica são recorrentes em Peixoto de Azevedo e Mato Grosso lidera, pelo segundo ano consecutivo, o ranking nacional de feminicídios, com uma taxa de 2,5 mortes para cada 100 mil mulheres. É fundamental que as vítimas busquem ajuda. Os órgãos públicos estão disponíveis para acolher, fortalecer e garantir que a justiça seja feita. A Lei Maria da Penha existe para proteger mulheres contra agressores que as tratam como objetos. Precisamos que as vítimas denunciem para que os responsáveis sejam punidos conforme a lei”, finalizou a promotora de Justiça.
Fonte: Ministério Público MT – MT