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DINHEIRO PÚBLICO

Teto de arquibancada que caiu em autódromo de R$ 142 milhões foi preso com fitas

Durante ventania, estrutura que cobria arquibancada cedeu. Algumas pessoas ficaram feridas e veículos estacionados foram danificados.

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A cobertura da arquibancada provisória do autódromo localizado no Parque Novo Mato Grosso, em Cuiabá, estava presa com fitas, conhecidas também como cinta catraca. Com a ventania ocorrida na noite desta quinta-feira (13.11) no local, as fitas não suportaram a força dos ventos e a cobertura cedeu sobre o público que acompanhava os treinos da Stock Car. O evento custou R$ 6 milhões aos cofres públicos, de acordo com um levantamento feito pela reportagem do PNB Online.

Ao todo, o Governo de Mato Grosso firmou dois contratos para a realização do evento. Os dois foram firmados através da Mato Grosso Participações, empresa pública que está construindo o Parque Novo Mato Grosso, onde deve ocorrer o evento automobilístico. O autódromo do parque custará R$ 142 milhões aos cofres públicos e está sendo construído por um consórcio formado pelas empresas MT Sul Construções, Construtora Mello de Azevedo SA e Vereda Engenharia. O consórcio é administrado pelo empresário Márcio Bozetti.

A cobertura de uma das arquibancadas desabou na última quinta e deixou três pessoas feridas levemente. Alguns veículos que estavam estacionados no local também foram danificados. A chamada fita catraca é uma ferramenta muito utilizada para fixar cargas em veículos de grande porte.

Dois contratos para o mesmo evento

Para realizar o evento, a MT Par firmou dois contratos com objetos parecidos. Foi assinado um contrato de R$ 1,6 milhão com a empresa R. B. Tiveron Eventos e Marketing para ser uma das organizadoras do evento. A empresa realizou outros serviços para a empresa pública, como a organização de eventos do Ser Família Habitação.

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Além da Tiveron, a MT Par firmou contrato de R$ 4,4 milhões com a Vicar Promoções Desportivas S.A., a empresa que promove os eventos da marca Stock Car no Brasil. Ao todo, foram gastos R$ 6 milhões com a corrida automobilística.

Como os dois contratos não foram publicados pelo governo de Mato Grosso, não é possível afirmar qual empresa foi responsável pela execução do teto da arquibancada: a Vicar, a R.B. Tiveron ou o consórcio que construiu o autódromo por R$ 142 milhões.

Imagens gravadas por fãs que assistiam ao treino da Stock Car mostram estrutura amarrada por fita catraca

Evento poderia ter sido mais barato

A Federação de Automobilismo do Estado de Mato Grosso, presidida por Fernando Scheffer Maggi, chegou a propor um convênio no valor de R$ 3,7 milhões com a Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer. O processo administrativo que tratou do convênio foi arquivado em outubro e o evento foi posteriormente contratado pela MT Par.

O valor proposto pela federação seria menor do que o valor que foi efetivamente gasto pelo governo do Estado com o evento.

Sindicato questionou gastos 

O Sindicato dos Profissionais da Área Instrumental do Governo (Sinpaig-MT) ajuizou uma Ação Civil Pública (ACP) contra o Estado de Mato Grosso, questionando a utilização da máquina pública para a promoção e distribuição gratuita de cerca de 25 mil ingressos para o evento automobilístico “Stock Car”, realizado no Autódromo Internacional de Mato Grosso.

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O principal argumento da entidade sindical é a flagrante contradição entre a destinação de tempo, estrutura e recursos para promover um evento de natureza “lúdica e supérflua”, e a grave crise fiscal declarada pelo próprio Governo. O sindicato ressalta que a liberalidade ocorreu em um contexto de contingenciamento orçamentário de R$ 852,2 milhões e de negação reiterada de direitos essenciais aos servidores públicos, como a Revisão Geral Anual (RGA) desde 2020 e a não nomeação de concursados

A ACP também questiona o uso da máquina pública para fins promocionais e políticos, citando o envio de convites exclusivos a prefeitos e vereadores para um suposto “Encontro Políticas Estratégicas” no local da corrida

Outro lado

A reportagem entrou em contato com o Governo de Mato Grosso com questionamentos sobre as razões para o desabamento da estrutura, a escolha pela contratação de duas empresas ao invés de um único convênio com menor valor e quais devem ser as medidas tomadas para corrigir o problema e evitar novos acidentes. Até o momento nenhuma resposta foi enviada.

A reportagem também tentou contato com a R.B. Tiveron e a Federação de Automobilismo do Estado de Mato Grosso. Até o momento nenhuma resposta foi enviada. O espaço segue aberto para manifestações.

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