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DENÚNCIA VAZIA

Vereador bolsonarista e a “Facção dos Factóides”

O vereador bolsonarista Rafael Ranalli (PL) recua da denúncia feita contra vereadores de Cuiabá que teriam sido eleitos pelo poder das facções criminosas. Denunciar e recuar é uma prática do político-celular. Forma uma espécie de “Facção dos Factóides”, forjando fatos para ganhar likes.

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Nunca foi tão fácil, e irresponsável, fazer política digital. O político-celular cria um factóide, lança uma denúncia e depois, na hora de sustentar a acusação, mia, recua, se desdiz, simples assim. Vejam o caso do vereador bolsonarista Rafael Ranalli (PL), conforme registro do site Gazeta Digital. Depois de ocupar as redes sociais e a imprensa acusando a existência de um esquema criminoso-eleitoral na eleição para a Câmara de Cuiabá, declarou agora ter “extrapolado”.

Ranalli tinha declarado publicamente que iria expor nomes de vereadores que teriam envolvimento com a facção criminosa Comando Vermelho na Câmara de Cuiabá. Recuou, revelando o que a denúncia era apenas mais um factóide para ganhar likes entre seus seguidores. O desmentido foi feito durante entrevista à Rádio Cultura FM, na segunda-feira (13).

“A gente se sentiu revoltado de ver como as facções estão tentando interferir na política. Pelo fato de ser policial federal e demonstrar segurança nos depoimentos, me causou uma revolta, talvez eu tenha extrapolado na fala, mas foi total indignação”, admitiu o bolsonarista, mirando para acertar o tom da desculpa pela denúncia vazia.

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A indignação é uma forma de discurso que a extrema direita usa para tocar corações e mentes do público. A indignação não revela nada em si mesma, é só uma estratégia de comunicação política, transformando a emoção em instrumento de persuasão. O real é que uma acusação sem provas é uma irresponsabilidade de qualquer figura pública da política.

Ministério Público Eleitoral

Neste ponto da entrevista está o nó legal das declarações do nobre vereador. De acordo com Ranalli, os candidatos apoiados pelo crime organizado lotearam os bairros. Ele afirma que foi impedido de entregar “santinhos” e que se sentiu ameaçado ao visitar determinadas regiões da Capital com cabos eleitorais. Quem loteou? Quais bairros? Quem impediu o policial federal de entregar seus santinhos? Essa é parte da grave denúncia que continua pendurada na conta do vereador bolsonarista. Cumpre ao Ministério Público Eleitoral exigir explicações ao vereador-denunciador.

Ranalli já havia feito declarações polêmicas sobre o assunto. Em uma entrevista ao Jornal do Meio Dia (TV Vila Real, canal 10), ele mencionou que cerca de 4 ou 5 vereadores foram eleitos com o apoio direto do Comando Vermelho, seja por financiamento de campanha ou intimidação da população.

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O parlamentar chegou a afirmar que entregaria os parlamentares municipais supostamente eleitos pelo crime organizado. Contudo, na semana passada, Ranalli recuou da ideia alegando ter sido “mal interpretado”. O político-celular monta o factóide e desmonta assim, usando quase sempre a desculpa esfarrapada de ter sido “mal interpretado”.

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