O ex-senador e empresário Cidinho Santos (PP) rebateu a citação de seu nome em um depoimento esta semana na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), que investiga fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O nome de Cidinho foi citado pelo advogado Eli Cohen, que detalhou suas investigações sobre o tema, em depoimento no Senado.
Na oitiva, o deputado Alfredo Gaspar é quem questiona quais personalidades públicas estiveram presentes em uma festa do grupo THG, ligado a Maurício Camisotti, que está em um dos grupos da suposta organização criminosa. Em seguida, Eli responde os nomes de algumas autoridades, entre elas Cidinho Santos e Mauro Mendes.
Cidinho Santos afirmou que não conhece Maurício Camisotti e nem a empresa dele. “Nunca fui em festa promovida por esta empresa THG e nem conheço esse senhor Maurício. Em uma ocasião fomos a um evento em Florianópolis, no aniversário de um amigo nosso, o Antônio Luz, que a família dele é sócia-fundadora da Sadia. Na festa havia governadores, senadores, deputados federais, lideranças partidárias e empresários de Santa Catarina e do Brasil. Ele promove todo ano um encontro de líderes, um debate com empresários e políticos. E no final do dia ele faz uma festa comemorando o aniversário dele”, declarou Cidinho.
Segundo o ex-senador, todos os gastos foram quitados do próprio bolso, tanto de viagem quanto hospedagem.
Depoimento na CPMI
Cohen afirmou à CPMI do INSS ter descoberto que as fraudes começaram em 2005 e, a pedido do presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), Cohen citou os nomes de pessoas que supostamente coordenavam o esquema. Ele detalhou o papel de cada uma delas nas fraudes, que seriam chefiadas pelo empresário Maurício Camisotti e pelo lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, o “careca do INSS”.
O depoente disse que, com as informações que apurou, denunciou o esquema à Polícia Civil de São Paulo em abril de 2023 e, dois meses depois, forneceu os dados aos jornalistas que publicaram as primeiras notícias sobre o escândalo.