O setor da indústria de Mato Grosso defende a construção de um etanolduto de cerca de 1.000 km para ligar o estado a Uberlândia (MG), como forma de escoar o biocombustível com mais eficiência para os grandes centros consumidores e ampliar a exportação. A proposta foi novamente defendida por Sílvio Rangel, presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt) e do Sindicato das Indústrias de Bioenergia (Bioind), durante coletiva de imprensa nesta segunda-feira (05.05).
A obra permitiria a conexão da produção mato-grossense à malha já existente em Minas Gerais, que segue até Paulínia (SP), principal hub logístico do setor. De lá, o etanol pode seguir para o mercado interno ou ser exportado via porto de Santos.
“Estamos estruturando o projeto em parceria com o Governo do Estado. A ideia é contratar uma empresa para elaborar os estudos técnicos e, com isso em mãos, buscar investidores, seja do setor privado ou do Governo Federal”, disse Rangel. O traçado inicial prevê o ramal principal de Cuiabá até Uberlândia, mas há possibilidade de expansão para outras regiões produtoras, como Lucas do Rio Verde.
Segundo ele, o crescimento da produção em Mato Grosso torna o projeto cada vez mais viável. A estimativa para a safra 2024/25 é de 6,7 bilhões de litros de etanol no estado. Com esse volume, o dirigente afirma que há escala suficiente para tornar o duto economicamente atrativo.

O etanolduto, segundo Rangel, também abriria caminho para ampliação das exportações, especialmente para mercados como Japão e União Europeia, e daria mais competitividade ao etanol brasileiro diante das discussões globais sobre transição energética. “Com a COP se aproximando e o debate sobre descarbonização ganhando força, precisamos estar prontos para atender à demanda internacional de forma eficiente”, afirmou.
O sistema apresenta benefícios ambientais e econômicos, pois além da redução de custos logísticos em todo o processo, é uma nova alternativa de transporte que proporciona uma redução significativa na emissão de poluentes, e contribui para redução do impacto do tráfego rodoviário nos grandes centros urbanos. Como mostrou o PNB Online, apenas consumo de diesel em MT gerou 12 milhões de toneladas de CO₂ em 2024.