A aprovação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) registrou um avanço significativo e alcançou 50% em setembro, superando pela primeira vez no ano a desaprovação, que marcou 48%. Os dados são da mais recente pesquisa Pulso Brasil, realizada pelo instituto IPESPE e divulgada hoje (25.09). O resultado representa um crescimento de sete pontos percentuais na avaliação positiva em relação a julho, quando era de 43%.
O saldo, que é a diferença entre aprovação e desaprovação, tornou-se positivo em 2 pontos, uma melhora expressiva frente ao saldo negativo de 8 pontos registrado na pesquisa anterior. O levantamento aponta que a aprovação ao governo se tornou majoritária não apenas entre eleitores que se identificam com a esquerda (95%), mas também superou a desaprovação no eleitorado de centro (49% a 45%) e na classe média (51% a 46%).
Na contramão do Palácio do Planalto, a imagem do Congresso Nacional sofreu forte desgaste, especialmente a da Câmara dos Deputados. A desaprovação à atuação da Casa disparou para 70%, um aumento de sete pontos em comparação com julho (63%). Apenas 18% dos entrevistados aprovam o trabalho dos deputados, uma queda de seis pontos. Com isso, o saldo negativo da Câmara aprofundou-se de -39 para -52 pontos.
Segundo o cientista político Antonio Lavareda, presidente do conselho científico do IPESPE, eventos recentes impactaram a percepção pública. “Ao motim no plenário em agosto somou-se a PEC das Prerrogativas, produzindo um desgaste significativo na imagem da Câmara”, avalia Lavareda na análise do relatório.
A rejeição à Câmara é mais acentuada entre eleitores de esquerda (83%) e da classe pobre (74%).
O Senado Federal, por sua vez, apresentou uma leve oscilação positiva. A aprovação subiu um ponto, para 26%, enquanto a desaprovação caiu dois pontos, para 59%. O saldo da Casa melhorou de -36 para -33 pontos.
A pesquisa também aferiu a percepção sobre o Judiciário. O Supremo Tribunal Federal (STF) viu sua imagem melhorar, com a aprovação crescendo de 43% para 46% e a desaprovação recuando de 49% para 44%. A evolução favorável, que levou o saldo da Corte para o campo positivo (+2), é atribuída pelo instituto à “grande exposição do Tribunal no julgamento da ‘trama golpista’ em agosto”.
A melhora na avaliação do governo Lula coincide com uma mudança na percepção do noticiário. Pela primeira vez, a percepção de notícias mais favoráveis ao governo (38%) superou a de notícias mais desfavoráveis (35%), resultando em um saldo positivo de 3 pontos. Em maio, o saldo era negativo em 26 pontos.
Entre as notícias mais lembradas pelos entrevistados estão o “Tarifaço de Trump” (9%), o “Roubo do INSS” (5%) e o posicionamento de Lula sobre o tarifaço (4%). O IPESPE ressalta que a coleta de dados, realizada entre 19 e 22 de setembro, não captou a repercussão de eventos como as manifestações do dia 21 e o discurso do presidente na Assembleia-Geral da ONU.
A pesquisa ouviu 2.500 pessoas em todo o Brasil. A margem de erro é de 2,0 pontos percentuais para mais ou para menos, com um intervalo de confiança de 95,45%.
